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Novos bolsistas PQ da UFSB falam sobre projetos e trajetórias na pesquisa - Fabiana Félix-Hackradt (CFCAM)

  • Escrito por Heleno Rocha Nazário
  • Publicado: Terça, 09 de Setembro de 2025, 10h57
  • Última atualização em Terça, 09 de Setembro de 2025, 13h36
  • Acessos: 2887

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AMAR E MAE BUDIOES2024 COLOR 01 08 46 22A professora Fabiana Cézar Félix-Hackradt (lattes) é licenciada e bacharela em Ciências Biológicas pela Universidade Federal de São Carlos (2003), mestre em Zoologia pela Universidade Federal do Paraná (2006) e doutora em Biologia pelo programa de Biologia de Peixes da Universidad de Murcia na Espanha (2012). Suas pesquisas de pós-doutorado foram na área de Ecologia, pela Universidade Federal da Paraíba e pela Universidade Federal de Pernambuco. Atuante no Centro de Formação em Ciências Ambientais (CFCAM) e coordenadora do Laboratório de Ecologia e Conservação Marinha (LECOMar), a docente trabalha em pesquisas na área da Ictiologia e conta sobre sua trajetória científica.
 

O que você têm pesquisado e como essa trajetória levou ao ao projeto contemplado com a bolsa de produtividade?

Durante minha formação acadêmica, sempre me dediquei ao estudo dos peixes (ictiologia), mas foi no doutorado que me especializei no estudo dos estágios iniciais do ciclo de vida dos peixes marinhos, ou seja, larvas e juvenis de peixes. Durante o curso, usei diversas metodologias da área de oceanografia como censo visual, captura por apetrechos luminosos e técnicas de biologia molecular para entender como esses estágios iniciais chegam e colonizam os ambientes costeiros. Após muitos anos de desenvolvimento de estudos na área de ocenografia, que culminaram em várias produções científicas e a participação em vários editais de bolsa de produtividade, fui agraciada como reconhecimento do meu trabalho nessa área por esse comitê.

FCFH 2O que levou você a escolher essa área do conhecimento e a se especializar nela como docente e cientista?

Os estágios iniciais são fases importantes do desenvolvimento dos peixes, nos quais seu sucesso determina o destino da população adulta. Portanto, compreender quais forçantes ambientais determinam sua distribuição, abundância e diversidade nos ambientes costeiros brasileiros contribui para o entendimento das flutuações populacionais dos individuos adultos. A utilização da oceanografia para estudar a interação entre os estágios iniciais e as variáveis ambientais sempre me causou curiosidade, de forma que até hoje me dedico a compreender o papel das forçantes ambientais na ecologia desses estágios iniciais.

Sobre o projeto contemplado com a bolsa PQ, do que trata e qual a relevância do tema?

O projeto submetido a bolsa PQ é a junção de dois projetos de mestrado e um de doutorado de orientandos meus. A idéia é utilizar o budião azul como espécie-modelo, devido à sua relevância ecologica e econômica, para compreender o papel das Áreas Marinhas Protegidas (AMPs) do banco dos Abrolhos, em proteger essa espécie. Ao proteger os estoques pesqueiros, as AMPs contribuem para o aumento de tamanho e de indivíduos da população de budião azul, o que acarreta em um aumento no potencial reprodutivo, ou seja, na produção de ovos e larvas. Essas podem ser exportadas para fora das AMPs e repovoar áreas de pesca, fornecendo novos indivíduos que irão crescer e se reproduzir nesses locais.

Para avaliar esse processo, pretendemos investigar, através de análises de parentesco genético (sim, igual ao teste de paternidade), quais juvenis que estão localizados fora das UCs do banco dos Abrolhos pertencem aos pais situados no Parque Nacional. Assim, teremos uma ideia da distância de dispersão dessas larvas e da proporção de indivíduos exportados em função da população adulta. Para referendar nossos resultados, iremos simular os dados de dispersão larval com modelos biofísicos, onde informações sobre as correntes e massas de água locais, assim como dados biológicos das espécies, serão utilizadas para criar modelos de dispersão que simulem as distâncias e os destinos prováveis das larvas produzidas no PNMAbrolhos.

Essas informações são de grande importância para o manejo pesqueiro da espécie, que tem no banco dos Abrolhos seu ultimo refugio populacional, onde ainda é encontrada em grande abundância. Garantir essa sustentabilidade depende da contribuição de larvas da população que está protegida das áreas abertas a pesca, renovando assim esses estoques de pescados.

O que você espera que esse período como bolsista PQ deixe de contribuições no avanço da área, na sua atuação e para a universidade?


Espero contribuir efetivamente para a gestão pesqueira das UCs de uso sustentável no banco dos Abrolhos, bem como para o entendimento da biologia e ecologia dessas espécies de peixes, os budiões, que são tão importante para a saúde recifal e que, no entanto, estão sob grande ameaça. 

 

Confira notícias sobre pesquisas da professora Fabiana Cézar Felix-Hackradt: 

Pesquisadores apresentam dados sobre o efeito de áreas marinhas protegidas na reprodução e no assentamento de peixes recifais

Pesquisa publicada em revista internacional explica a função das poças de maré para as populações de peixes recifais

Artigo na Nature destaca importância dos bancos de rodolitos tropicais a partir de pesquisa em Abrolhos

 

 

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