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Novos bolsistas PQ da UFSB falam sobre projetos e trajetórias na pesquisa - Carlos Werner Hackradt (CFCAM)

  • Escrito por Heleno Rocha Nazário
  • Publicado: Terça, 09 de Setembro de 2025, 10h57
  • Última atualização em Terça, 09 de Setembro de 2025, 13h36
  • Acessos: 2888

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carlos w hackradt

 

O professor Carlos Werner Hackradt (lattes), do Centro de Formação em Ciências Ambientais (CFCAM), atua nos cursos de Oceanologia, Biologia e Engenharia Ambiental e pesquisa junto ao Laboratório de Ecologia e Conservação Marinha (LECOMar), orientando e realizando estudos sobre as comunidades marinhas da costa do sul da Bahia.  Ele é bacharel e licenciado em Ciências Biológicas pela Universidade Federal do Paraná (2004) e especialista em Biologia da Conservação e Manejo da Vida Selvagem pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (2005), mestre em Ecologia & Conservação pela Universidade Federal do Paraná (2006) e doutor em Biologia Marinha pela Universidad de Murcia (2012) na Espanha. O professor Carlos também realizou pesquisas de pós-doutorado em Ecologia na Universidade Federal da Paraíba (2013) e em Oceanografia na Universidade Federal de Pernambuco (2014)

O que você têm pesquisado e como essa trajetória levou ao ao projeto contemplado com a bolsa de produtividade?

Tenho atuado em Ecologia Marinha desde a minha graduação, daí já se vão mais de 25 anos atuando no tema. Porém, foi no doutorado que foquei nos temas de ecologia associados a sistemas recifais. Neste contexto, minha pesquisa têm versado sobre várias áreas da Ecologia, mas com ênfase principal na ecologia de populações de espécies ameaçadas de extinção e nos impactos das atividades antrópicas sobre as comunidades marinhas de recifes de coral. E foi me aprofundando no entendimento de como os impactos erodem a biodiversidade que comecei a focar em entender a relação entre a perda de biodiversidade e a perda de funções nos sistemas naturais.

Assim, naturalmente, essas linhas me levaram a mergulhar recentemente na área da ecologia funcional, que é uma abordagem ecológica menos focada na composição específica da comunidade e mais no desempenho de funções ecossistêmicas realizadas por entidades funcionais. Inicialmente, a ideia foi entender o efeito de Áreas Marinhas Protegidas sobre a diversidade funcional de peixes recifais. Atualmente, tenho expandido essa linha de pesquisa para entender padrões mais gerais de macroecologia e biogeografia ao longo da costa brasileira.

 
O que levou você a escolher essa área do conhecimento e a se especializar nela como docente e cientista?

Sempre fui fascinado pelos ecossistemas marinhos desde muito pequeno, consumindo livros, revistas e documentários sobre oceanos e a vida marinha. Esse fascínio culminou com um curso de mergulho realizado com apenas nove anos de idade (atualmente é impossível uma criança de nove anos fazer um curso de mergulho, mas nos anos 80/90 era diferente), fato que me abriu o caminho para minha curiosidade e impulsionou a minha atuação profissional atual. Esse fascínio orientou minha formação e minha carreira, pois sempre busquei me especializar sobre o mundo marinho.

Ao final do mestrado, tive duas oportunidades de estágio, uma na Universidad de Murcia em 2006 e outra na Conservação Internacional em Caravelas em 2007. Em ambos os estágios, atuei diretamente com técnicas amostrais e de coleta de dados em sistemas recifais e isso impulsionou e direcionou meu doutorado, que foi realizado na Universidad de Murcia entre 2008 e 2012. Isso direcionou minha carreira acadêmica para finalmente atuar na área de ecologia de ambientes recifais.


carlos w hackradt 2Sobre o projeto contemplado com a bolsa PQ, do que trata e qual a relevância do tema?

O projeto é um aprofundamento da nova linha de pesquisa que venho desenvolvendo sobre ecologia funcional. O tema é "função e funcionalidade dos recifes de coral", cuja proposta central é entender qual é o nível atual de conservação dos recifes de coral, quais são as funções que estão preservadas e como, a partir do avanço dos impactos antrópicos, essas funções podem ser comprometidas e as funcionalidades podem ir sendo perdidas ao longo do tempo. Isso pode ajudar nos processos de governança marinha, na gestão espacial do espaço marinho e na definição de políticas públicas baseadas em evidências.


O que você espera que esse período como bolsista PQ deixe de contribuições no avanço da área, na sua atuação e para a universidade? 


A ideia é consolidar essa linha de pesquisa, aprofundando e trazendo novas perguntas para o campo da ecologia funcional e ajudando a UFSB a se firmar como uma instituição pioneira no sul da Bahia no tema de Ecologia Marinha e suas vertentes, a Biologia Marinha e a Oceanografia Biológica. Assim, contribuindo de forma direta para o entendimento e aprofundamento do conhecimento teórico da ciência marinha, bem como apoiar de forma prática e aplicada a conservação dos sistemas recifais do Sul e do Extremo Sul da Bahia.

Confira notícias sobre as pesquisas do professor Carlos Hackradt:

Pesquisadores apresentam dados sobre o efeito de áreas marinhas protegidas na reprodução e no assentamento de peixes recifais

Pesquisa publicada em revista internacional explica a função das poças de maré para as populações de peixes recifais

Artigo na Nature destaca importância dos bancos de rodolitos tropicais a partir de pesquisa em Abrolhos

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