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Semana de Acolhimento: os preparativos e as reflexões sobre a retomada das aulas mediadas pela tecnologia

  • Escrito por Heleno Rocha Nazário
  • Publicado: Sexta, 16 de Outubro de 2020, 16h51
  • Última atualização em Sexta, 16 de Outubro de 2020, 18h28
  • Acessos: 2968

Início de quadrimestre letivo tem sempre aquele clima de reencontro com os colegas, de retomada dos estudos e dos objetivos, aquelas aulas sobre o tema preferido, o fôlego preparado para mais uma etapa a cumprir. Com a emergência da pandemia de covid-19, a impossibilidade do encontro físico e a necessidade de garantir a segurança de estudantes e servidores, a Semana de Acolhimento do quadrimestre letivo 2020.2 na Universidade Federal do Sul da Bahia teve de ser feita com a mediação tecnológica, do dia 13 ao dia 16 de outubro. As transmissões estão gravadas e podem ser assistidas no Auditório Virtual da UFSB.


Esse reencontro diferente foi preparado na sequência de decisões e de outros eventos que a UFSB realizou como experiência e ao mesmo tempo, espaços de compartilhamento de conceitos e saberes úteis para esse momento. O Congresso Andifes, no qual a universidade teve participação com mesas-redondas e presença nas reuniões dos colegiados, e o Seminário UFSB em Rede, que aprofundou e expandiu a discussão institucional frente aos efeitos da pandemia nas atividades acadêmicas, serviram como preparativos para pensar em como o ensino e a aprendizagem em formato mediado pela tecnologia podem funcionar para docentes e estudantes.

 

Com isso, a instituição se preparou para reconectar com seus discentes e agregar os novos integrantes, selecionados no Sisu 2020. Conforme dados da Pró-Reitoria de Gestão Acadêmica (Progeac), das 3.135 matrículas discentes no quadrimestre 2020.2, 1140 são de calouros. Esses números poderão sofrer alterações: a inscrição extraordinária, vigente de 13 a 23 de outubro, pode registrar a inscrição de discentes que não participaram da inscrição regular.

semana acolhimento 2020 2 janainaA pró-reitora de Gestão Acadêmica, professora Janaina Zito Losada, pondera que momentos de recepção de estudantes veteranos e calouros têm valor pela apresentação formal da instituição para quem ingressa, pelo contato com informações e novidades importantes para a vida acadêmica e pelo momento especial na formação da pessoa. Por um lado, é a hora da exposição e da explicação de documentos essenciais para o estudante da UFSB, como o Guia Estudantil, o Calendário Acadêmico e o Projeto Pedagógico do Curso (PPC) do bacharelado ou licenciatura em que está matriculado, e de falar sobre a infraestrutura e os serviços da instituição.

Por outro, o processo de acolher esses estudantes tem a dimensão da mudança de postura da pessoa que passa do nível médio de ensino aos bancos universitários, transição descrita pela pró-reitora como um rito de passagem e um convite para que moças e moços (na idade e na alma) integrem o ambiente acadêmico: “A gente entende que nessa construção do ensino superior e da vida na universidade, nesse estágio da graduação, ele vai moldar relações sociais, de amizade, de entendimento político sobre o mundo, ele vai ajudar a construir esse adulto que está em formação e que passa por esse processo junto conosco “.

A exposição da estrutura e do funcionamento da Universidade, no que tem de diferente em relação às experiências prévias de ensino, também deve funcionar como um avanço na formação dessa pessoa para que se torne um profissional e um adulto mais preparado para o exercício da cidadania em uma democracia. Para a professora Janaina, trata-se “de acolher esse novo público, esses novos sujeitos que estão chegando, convidá-los para que façam parte dessa comunidade que já existe e que é composta pelos docentes, alunos veteranos, técnicos. Esses jovens acabam constituindo essa comunidade, e é uma felicidade que essa comunidade se torne mais robusta e com mais jovens da região, para ficar bem a cara do Sul da Bahia.”

 

Ações de apoio à participação mediada por TICs


A retomada das atividades acadêmicas na UFSB demandou ações para oferecer condições de acesso digital a estudantes em situação de vulnerabilidade socioeconômica. Como as aulas vão ocorrer via mediação tecnológica, a administração focalizou o acesso digital, que inclui computadores e conexão com internet. Esse movimento foi feito na retomada do quadrimestre letivo 2020.1, interrompido em março, para atender estudantes veteranos. Uma sequência de ações similares foi dirigida aos novos estudantes que estejam em situação de vulnerabilidade socioeconômica (renda per capita familiar de até um salário mínimo).

semana acolhimento 2020 2 fabricioConforme o pró-reitor de Tecnologia da Informação e Comunicação (Protic), professor Fabrício Luchesi Forgerini, fornecer o acesso digital está sendo uma ação conjunta voltada para esse público. As coordenações de campus estão gerindo a cessão de notebooks, a Pró-Reitoria de Ações Afirmativas (Proaf) realizou editais de auxílio para estudantes e a Protic contribui com o apoio de fornecimento de acesso à Internet em parceria com a RNP, após uma licitação nacional para aquisição de chips 4G para as universidades e os institutos federais.

A seleção dos estudantes contemplados foi feita em conjunto pelas duas pró-reitorias, com dois lotes de chips já solicitados e que devem chegar em breve. Depois de processados e ativados, os chips serão enviados para os selecionados. “Com isso, acreditamos que os estudantes estarão assistidos (para a maior parte dos casos) para participar das atividades remotas. Casos específicos, tal como estudantes que não possuem cobertura de rede 3G/4G em sua residência, serão analisados individualmente”, explica o professor Fabrício.

Em cada momento, as medidas foram diferentes para garantir a participação por igual desse segmento do corpo discente. A UFSB se inscreveu no programa Aluno Conectado, gerido pelo Ministério da Educação (MEC) e a Rede Nacional de Pesquisa (RNP) para apoiar o acesso digital de estudantes das instituições federais de ensino superior. Isso garantiu a cessão de 800 chips, a serem fornecidos pelas empresas vencedoras da licitação. Enquanto isso, para veteranos, foi possível emprestar notebooks da universidade e prestar um auxílio financeiro temporário para contratação de conexão à Internet. Os ingressantes em 2020.2, por seu turno, puderam se inscrever em um edital para recebimento de subsídio para compra de equipamentos.

semana acolhimento 2020 2 sandroO pró-reitor de Ações Afirmativas, professor Sandro Augusto Silva Ferreira, relata as iniciativas como resultado de levantamentos e cruzamento de dados. A estimativa a que a equipe chegou é de cerca de 300 estudantes que precisavam desse apoio ao acesso digital, considerando os veteranos em 2020.1. Ele afirma que todos os estudantes que preencheram os dados, enviaram as documentações no prazo e que se enquadravam nos parâmetros foram apoiados com o empréstimo de notebooks com vigência durante o calendário suplementar da universidade e apoio financeiro temporário para contratação de conexão à internet, até a entrega dos chips 4G do programa Aluno Conectado.


Para receber os calouros que declarassem situação de vulnerabilidade socioeconômica, a solução foi o edital com oferta de subsídio em depósito único de R$ 600,00 para compra de equipamento e inscrição para recebimento do chip 4G. O subsídio tem exigência de prestação de contas em data posterior, e pode ser usado para adquirir equipamento até o valor total do apoio ou para complementar recursos próprios para compra de um notebook. Dos 300 subsídios oferecidos em edital, 260 foram concedidos, e destes, 210 tiveram solicitação de pagamento já encaminhada para a Pró-Reitoria de Planejamento e Administração (Propa), com previsão de recebimento em breve. O motivo é que parte dos estudantes contemplados não encaminhou a tempo a documentação. O pró-reitor afirma que quem foi selecionado não perdeu o direito ao subsídio, apenas precisará enviar a documentação requerida para recebê-lo em data posterior.

Os estudantes indígenas e quilombolas foram também apoiados nesse edital, com 40 auxílios destinados a esses segmentos, e receberão o subsídio em data posterior. O professor Sandro explica que isso deve atender as resoluções sobre assistência estudantil e garantir a execução do recurso destinado a essa finalidade de dotar estudantes em situação de vulnerabilidade dos equipamentos necessários para as atividades acadêmicas mediadas por tecnologia. Além de computadores, o público atendido também receberá os chips 4G, com até 20 gigas de acesso por mês. No entanto, houve atraso na entrega dos chips pelas empresas vencedoras à RNP e, consequentemente, na remessa dos componentes para a universidade. 

Na análise do professor Sandro, fez-se o melhor possível para buscar soluções e apoiar os alunos vulneráveis para participar das aulas mediadas pela tecnologia, apesar de casos em que os estudantes não se inscrevem a tempo ou não conseguem reunir a documentação exigida – o que inclusive é demandado pela legislação e pelos órgãos de controle: “A gente não pode conceder auxílio sem a comprovação devida de renda. Apesar desses atrasos, avaliamos que as soluções devem chegar a tempo de não impactar profundamente no andamento das aulas e estamos buscando todos os esforços possíveis e necessários para que esses recursos cheguem aos alunos”.

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