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Pesquisadora relata experiência de curso sobre contaminação ambiental na França

  • Escrito por Heleno Rocha Nazário
  • Publicado: Terça, 01 de Novembro de 2022, 10h52
  • Última atualização em Terça, 01 de Novembro de 2022, 14h54
  • Acessos: 1018

IFR 4113B DxOA professora Joanna Maria da Cunha de Oliveira Santos Neves, que leciona e pesquisa junto ao Centro de Formação em Desenvolvimento Territorial (CFDT) e coordena o curso de Gestão Ambiental no Campus Paulo Freire da Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB), retornou de um período de formação internacional. Ela participou do curso “Chemical Monitoring of Coastal Environments”, oferecido pelo IFREMER (Institut Français de Recherche pour l'exploitation de la mer), situado na Universidade de Nantes, na França. O curso foi oferecido para pesquisadores de diferentes países em desenvolvimento entre os dias 10 e 21 de outubro de 2022 e contou com 15 horas de aulas teóricas, 35 horas de trabalhos práticos em laboratório de análises ambientais e uma viagem de campo para a região de Le Croisic, na França, para planejamento e coleta de amostras de diferentes matrizes ambientais. A professora Joanna foi uma das dez pessoas selecionadas dentre 105 cientistas de diversos países para a participação no curso.

A docente conta que o curso abordou os temas da amostragem e análises, estratégias de amostragem e estudos de caso, eutrofização e toxicidade de algas em ambientes costeiros, biogeoquímica ambiental, redes de monitoramento, ecotoxicologia, avaliação de indicadores químicos e biológicos e psicologia ambiental. Durante as atividades os cientistas compartilharam e discutiram protocolos analíticos para diferentes matrizes ambientais, protocolos de trabalhos de campo e possibilidades de redes internacionais de monitoramento ambiental para ambientes costeiros.

A experiência internacional tem ligação com os interesses de pesquisa da professora Joanna Santos Neves na área de biogeoquímica ambiental e contaminação ambiental. Ela coordena dois projetos de pesquisa aprovados e em andamento na UFSB. Um deles é intitulado Biogeoquímica e Caracterização de Fontes de Elementos Químicos para as Águas Fluviais de Microbacias hidrográficas no extremo sul Baiano, em realização no Parque Nacional do Descobrimento, com foco no estudo dos processos biogeoquímicos responsáveis pela concentração de elementos químicos nas microbacias do parque e a influência da zona de amortecimento sobre essas microbacias. Nessa iniciativa a professora Joanna conta com a mestranda do Programa de Pós-graduação em Ciências e Sustentabilidade (PPGCS/UFSB) Nathália Silva de Lima e a bolsista de iniciação científica Taís Almeida Souza dos Santos. O outro projeto de pesquisa é intitulado Diagnóstico da Qualidade do Ar do Município de Teixeira de Freitas, BA, que avalia as concentrações de HPAs (hidrocarbonetos policíclicos aromáticos) associadas ao material particulado em suspensão. O projeto conta com um bolsista de IC, Guilherme de Oliveira Jesus, e está sendo desenvolvido em parceria com a professora Leila Oliveira (CJA) e o professor Jailson Bittencourt de Andrade, pesquisador do CINEMAM (UFBA).

Na avaliação da pesquisadora, um dos ganhos com o curso é o contato com outras técnicas analíticas que podem ser empregadas em diferentes matrizes ambientais, enriquecendo as opções à disposição para o estudo. "A UFSB é uma instituição jovem, situada em uma região costeira que possui um mosaico de diversas Unidades de Conservação que têm sido profundamente impactadas pela forma que, historicamente, tem se dado o desenvolvimento territorial na região. Nossa região tem sido impactada por derramamentos de óleo, rejeitos de mineradoras e, nesse sentido, temos uma demanda urgente por trabalhos de monitoramento ambiental na região. Há muitas demandas por estudos na área de contaminação ambiental, sobretudo com enfoque em ambientes costeiros e na transição continente-oceano", destaca a professora Joanna Neves.

 

Novas técnicas e parcerias

WhatsApp Image 2022 10 27 at 15.36.06 1Em complemento ao aprendizado para a pesquisa, a professora estima que os estudantes também perceberão os benefícios dessa estadia na França no ensino. Joanna explica que a formação oferecida pelo IFREMER foi "bem intensa e completa" e incluiu aspectos teóricos relacionados ao tema contaminação química e redes de monitoramento ambiental. No âmbito da renovação das práticas, no curso foram apresentados diferentes métodos de coleta para muitas matrizes ambientais, processamento amostral, técnicas de extração e preparo de amostras, compartilhamento de protocolos analíticos, entre outros conhecimentos úteis para a investigação científica.

"Foi uma ótima atualização para trabalhar o tema contaminação ambiental em componentes curriculares da instituição. Além dessa atualização, a possibilidade de parcerias interinstitucionais para viabilização de muitas pesquisas que são demandadas pela nossa região. Foi uma experiência única e rica. Pude conhecer a realidade da pesquisa ambiental em diferentes regiões do mundo, tais como Filipinas, regiões distintas da África e Vietnã. Considero um grande privilégio ter sido selecionada para participar do curso Chemical Monitoring of Coastal Environments", pondera a pesquisadora

Do período de convivência com os demais cientistas e os ministrantes do curso na França, a professora Joanna destaca os trabalhos de monitoramento de contaminantes orgânicos, contaminantes metálicos e a avaliação de risco ambiental em ecossistemas costeiros. Ela comenta ainda que muitos trabalhos recentes têm abordado o tema de contaminantes emergentes, que inclusive têm sido estudados em diferentes estuários pelo mundo em uma rede de monitoramento mundial.

Outro ponto relevante no relato da professora Joanna é a possibilidade de parcerias internacionais. "Há duas tratativas que estão em andamento: uma possibilidade de aderir a uma rede de monitoramento mundial de ambientes estuarinos para monitoramento ambiental de contaminantes emergentes. Além disso, há a possibilidade de iniciar uma pesquisa na área de contaminação ambiental por metais em bivalves em parceria com outras instituições, que viabilizariam a parte analítica que ainda não é possível de ser feita integralmente com a estrutura atual que temos no laboratório da UFSB", detalha a pesquisadora.   

 

Galeria de fotos

 

Fotos: Olivier Durgonay (IFREMER) e acervo pessoal da professora Joanna Maria da Cunha de Oliveira Santos Neves

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