Estudantes da UFSB promovem Estação Central COP30 no Campus Paulo Freire para discutir justiça climática no Extremo Sul da Bahia
Iniciativa do componente curricular Questões Socioambientais Contemporâneas reuniu estudantes e comunidades para refletir sobre as contribuições do Brasil no enfrentamento às mudanças climáticas
No dia 30 de outubro de 2025, o Campus Paulo Freire da Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB) sediou a Estação Central COP30, uma ação educativa e participativa voltada à discussão das mudanças climáticas e das Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs) do Brasil. A iniciativa foi desenvolvida no âmbito do componente curricular Questões Socioambientais Contemporâneas (turma 2025.2), sob coordenação da professora Anna Raquel Nunes Sanchez, em parceria com o Observatório do Clima.
Com a participação de 17 estudantes de diferentes origens e identidades socioculturais, a Estação Central COP30 se configurou como um espaço de escuta, aprendizado e incidência política, fortalecendo o compromisso da UFSB com a formação cidadã e ambientalmente engajada. A atividade buscou aproximar o debate global sobre a COP30 — que será sediada no Brasil em 2025 — das realidades locais do Extremo Sul da Bahia, região marcada por uma rica diversidade socioambiental e por históricos processos de resistência dos povos originários.
Durante a ação, os participantes debateram como funcionam os espaços de fala e negociação nas Conferências das Partes (COPs), refletindo sobre a importância da participação popular e territorial nos processos decisórios internacionais sobre o clima. O grupo analisou ainda as NDCs brasileiras e discutiu de que forma o cumprimento dessas metas poderia contribuir para solucionar problemas socioambientais locais, como enchentes, alagamentos, desmatamento e conflitos fundiários.
Segundo a professora Anna Sanchez, a proposta da Estação Central COP30 no Campus Paulo Freire “representa uma experiência formativa fundamental, que articula ciência, educação ambiental e justiça climática. É um espaço em que os estudantes se reconhecem como sujeitos políticos capazes de compreender e transformar seus territórios diante da crise climática”.
A Estação Central foi marcada pela diversidade de perspectivas trazidas pelos estudantes participantes — mulheres e homens, pessoas cis e LGBTQIAPN+, indígenas, quilombolas, periféricos, campesinos e religiosos de diferentes tradições. Essa pluralidade, segundo o grupo, foi essencial para compreender que a luta por justiça climática é também uma luta por equidade social, representatividade e valorização dos saberes locais.
Os debates destacaram a necessidade de políticas públicas integradas, investimentos em infraestrutura verde e reconhecimento das formas tradicionais de manejo e convivência com o meio ambiente. Para os estudantes, o enfrentamento à crise climática deve considerar os contextos regionais e as vozes de quem vive cotidianamente os impactos das mudanças no clima.
Ao final da atividade, o grupo reafirmou o papel da universidade como espaço de formação crítica e engajamento social, comprometido com os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), especialmente o ODS 13 – Ação contra a mudança global do clima.
A Estação Central COP30 Paulo Freire se consolidou, assim, como um núcleo de mobilização e diálogo territorial, unindo ciência, juventude e cidadania em defesa dos povos e do território do Extremo Sul baiano diante da crise climática.
Com informações por Joanna Maria da Cunha de Oliveira Santos Neves e fotos por Anna Raquel Nunes Sanchez

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