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UFSB marca presença em evento de Agroecologia organizado pela Teia dos Povos

  • Publicado: Terça, 10 de Dezembro de 2024, 16h56
  • Última atualização em Terça, 10 de Dezembro de 2024, 16h57
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Gustavo Gonçalves fala durante a mesa Terra Território e a luta pela EducaçãoEntre os dias 02 e 04 de dezembro, a UFSB esteve presente na Pré-Jornada do Assentamento Terra Vista, em Arataca. Com o tema Por Terra e Território em Defesa da Educação do Campo no Campo, o evento foi promovido pela Teia dos Povos, uma articulação de comunidades tradicionais e movimentos sociais territorializados, que inclui povos indígenas, quilombolas, ribeirinhos, agricultores familiares, dentre outros. A universidade compôs a maior bancada do evento, com discentes, docentes e técnicos-administrativos dos três campi articulando projetos de ensino, pesquisa e extensão.

 

O professor Gustavo Gonçalves, do IHAC-CSC, participou da mesa de análise de conjuntura Terra, Território e a luta pela Educação. Ele conta que conheceu a Teia dos Povos no Fórum Social da UFSB, em 2015, e chegou a residir no assentamento em 2022. “Temos uma parceria estratégica com a Teia através do projeto Etnografia da emergência de modelos pedagógicos agroecológicos em escolas rurais do sul da Bahia”. O projeto de pesquisa-ação, que também conta com participação dos professores Spensy Pimentel, Jaqueline Basso, Rosemary Santiago, Paulo Dimas, Nathalie Pavelic e outros, “visa entender como essas escolas que estão dentro do territórios da Teia se abrem para diálogos sobre agroecologia e saberes tradicionais; como elas praticam a gestão democrática, entendendo que a escola é um ponto de cultura da comunidade”, declarou o professor. 

 

Além dos debates e mesas-redondas, o evento contou com vivências e oficinas, como turismo de base comunitária, feitura do chocolate rebelde, sementes crioulas, plantas medicinais e óleos essenciais, árvores nativas, educação ambiental no campo, dança afro contemporânea, bioconstrução, capoeira angola, cosmograma bakongo e  teatro do oprimido.

 

Fernando Leão abre roda de conversa Terra e território em defesa da educação do campo no campoO professor Fernando Leão, do IHAC-CPF, fez da Pré-Jornada parte da carga horária do componente Oficina de Teatro do Oprimido, que oferece junto com a professora Aline Nunes no curso Artes do Corpo em Cena, em Porto Seguro. “É importante que nossos estudantes, professores e professoras em formação, possam conhecer um pouco das opressões que passam aqueles que trabalham com a escola do campo”, comentou Fernando. Ele destaca ainda a relevância do território como referência de luta e organização social: “O que o Assentamento Terra Vista tem feito ao longo desses vinte e poucos anos de transição agroecológica é realmente inspirador, é um exemplo para construção de uma alternativa ao modelo de desenvolvimento dominante”.

 

Durante a Pré-Jornada, também aconteceram lançamentos de filmes e livros, com os documentários  2 de Julho: A Retomada, de Spensy Pimentel, Joana Moncau e Joelson Ferreira, e Terra Vista, de Noa Cykman e Pedro Stropasolas, do Brasil de Fato; além do livro Tudo que a boca come: capoeira, modernidade e cosmovisão afro-indígena, do coordenador de Culturas Populares e Relações Comunitárias da Pró-reitoria de Extensão e Cultura (PROEX/UFSB), servidor TAE Paulo Magalhães.

 

Paulo Magalhães apresenta livro Tudo que a boca comeAs articulações entre a UFSB e a Teia dos Povos prosseguem, indicando novos caminhos, projetos e possibilidades. Luana Oliveira, professora do IHAC-CJA, uma das articuladoras das políticas de economia solidária e tecnologias sustentáveis da universidade, destaca a riqueza deste encontro de saberes: “É uma riqueza de experiência comunitária, com um desenho organizacional próprio, de luta por terra, território e educação emancipadora para o campo, do campo, no campo. Uma oportunidade prática de formação sociopolítica!”.

A professora Thaís Diniz, do Centro de Formação em Ciências Humanas e Sociais (CFCHS/CSC), coordena o projeto de extensão CAP-SUL: Coletivo de Assessoria Popular em conflitos socioambientais do sul da Bahia, que pretende colocar a universidade em movimento para elaborar estudos técnicos e atividades formativas e de educação popular para as comunidades atingidas. Também está à frente do projeto de extensão Lutas por Terra, Educação e Agroecologia: Participação Estudantil na VIII Jornada de Agroecologia da Bahia. “Trata-se de uma iniciativa dos próprios estudantes, que são também protagonistas dessa construção”, comenta Thaís. Com o tema Aliança Campo e Cidade Para o Combate à Fome e à Pobreza, a Jornada acontecerá pela primeira vez em Salvador, em janeiro de 2025, costurando essa conexão entre comunidades tradicionais e populações periféricas suburbanas e apontando caminhos para a construção do bem viver.




Texto: Paulo Magalhães

Imagens: Alass / Deriva Jornalismo

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