Pesquisa do Núcleo de Estudos em Agroecologia Pau-Brasil da UFSB é 1º lugar no 14º Prêmio Indústria Baiana Sustentável

No dia 6 de dezembro, na cerimônia do 14º Prêmio Indústria Baiana Sustentável, a experiência “Como uma praga virou solução: o caso da maria-preta (Varronia curassavica)” foi contemplada em primeiro lugar na categoria “Trabalhos da Academia (pós-graduação) e de Centros de Pesquisas Aplicadas”. A premiação, uma iniciativa da Federação da Indústria do Estado da Bahia (FIEB), reconheceu um trabalho que destaca o potencial de geração de renda para a agricultura familiar a partir da utilização de uma planta nativa da Mata Atlântica. Representando o Núcleo de Estudos em Agroecologia Pau-Brasil (NEA Pau-Brasil), da UFSB, participaram do evento em Salvador, a Dra. Carolina Kffuri (PPGCTA/DSAF - UFSB) e o Sr. Cláudio da Conceição Batista, agricultor, colaborador da pesquisa e representante da Associação Agrícola Comunitária Miramar.

Desde 2019, sob coordenação da Profa. Dra. Gabriela Narezi, o NEA Pau-Brasil é responsável pela execução do projeto “Desenvolvimento Socioambiental para a Agricultura Familiar” (DSAF), parte de um Acordo de Cooperação Técnica, Científica e de Inovação entre a Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB) e a Veracel Celulose S.A. Na equipe do projeto DSAF, destaca-se o trabalho da Dra. Carolina Weber Kffuri, que - em pós doutorado vinculado ao Programa de Pós-Graduação em Ciências e Tecnologias Ambientais (PPGCTA) - dedicou-se ao levantamento de dados etnobotânicos e caracterização de uma população da espécie Varronia curassavica. Conhecida popularmente como erva-baleeira ou maria-preta, essa planta é abundante em pastagens e áreas agrícolas, tendo sido sempre tratada pelos agricultores como uma praga.

Equipe do Núcleo de Estudos em Agroecologia Pau-Brasil recebendo os agricultores da Associação Agrícola Comuniária Miramar no Campus Sosígenes Costa

No entanto, a pesquisa do NEA Pau-Brasil voltou-se para a possibilidade de uso comercial da Varronia curassavica. Por meio de análises fitoquímicas do óleo essencial extraído de amostras coletadas, já foi possível identificar interessantes teores dos compostos químicos majoritários, os quais atendem às exigências de comercialização junto à indústria farmacêutica e cosmética. Além disso, foram identificados compostos químicos que ocorrem, especificamente, na região de Eunápolis - BA.

Estudos para viabilizar a comercialização desse óleo essencial estão sendo finalizados e preveem a geração de renda para agricultores familiares atendidos pelo projeto DSAF, especialmente a Associação Agrícola Comunitária Miramar que, sendo composta por 82 famílias, é detentora de uma grande extensão de ocorrência natural dessa planta. Nesse sentido, em consonância com seu aspecto também extensionista e empreendedor, o NEA Pau-Brasil - em parceria com o Instituto Fotossíntese - apoia o desenvolvimento da cadeia da extração de óleos essenciais a partir de plantas medicinais nativas da Mata Atlântica do Sul da Bahia por meio da instalação de um projeto piloto de uma destilaria de óleos essenciais.

Desse modo, a confirmação de compostos bioativos promissores no contexto da Mata Atlântica no Sul da Bahia pode destacar economicamente a região. Tais pesquisas e iniciativas fortalecem a inserção de comunidades agrícolas no contexto da bioeconomia, um setor com cada vez mais importância no mercado nacional e internacional. Cabe ainda destacar que a extração de óleos essenciais ainda não é um negócio consolidado na região estudada, trazendo a perspectiva de inovação da proposta de pesquisa e extensão promovida no âmbito do NEA Pau-Brasil da UFSB.

Site FIEB - 14º Prêmio Indústria Baiana Sustentável https://industriaverde.com.br/evento/14o-premio-industria-baiana-sustentavel/

Texto encaminhado por Gabriela Narezi