UFSB forma suas primeiras Doutoras
As primeiras mulheres que concluíram o doutorado ofertado pela UFSB são fundadoras do Coletivo Dandaras (junto com a doutoranda Eva Dayane Góes), grupo formado por pós-graduandas (os) - majoritariamente por mulheres negras, de diferentes Universidades do país. Estudantes do Programa de Pós-Graduação em Estado e Sociedade (PPGES), primeiro Programa de Doutorado da UFSB, Danielle Ferreira Medeiro da Silva de Araújo e Walkyria Chagas da Silva Santos deixam um legado intelectual e extensionista para a Universidade.
As Dandaras iniciaram as ações de Monitoria Voluntária de projetos de pesquisa em 2018, com intuito de auxiliar candidatas (os) que pretendiam ingressar pelas Políticas Afirmativas no PPGES e PPGER (Programa de Pós-graduação em Ensino e Relações Étnico-Raciais) da UFSB.
Em 2020, as ações de Monitoria Voluntária foram ampliadas para o Projeto Enegrecendo a Academia, que também resultou na ampliação e diversificação geográfica das (os) membras(os) do Coletivo Dandaras, e atendeu mais de 100 estudantes em todo o país, agregando orientadoras(es) voluntárias(os) de diferentes instituições universitárias. A parceria com o PPGER fez com que os projetos fossem democratizados, e no final do ano de 2020 o Coletivo Dandaras realizou seu primeiro Colóquio dentro do evento Novembro Negro da UFSB.
Além disso, o Coletivo tem lutado desde sua gênese pela melhor aplicação da política de cotas no PPGES, alcançando mudanças estruturais nos editais desde 2018, que abrange também a aplicação de cotas para o ingresso de novos docentes no Programa.
Atualmente, o Projeto Enegrecendo a Academia realiza a mentoria voluntária de projetos de pesquisa de mais de 50 estudantes, em parceria com mais de 20 doutorandas (os) e doutoras (es) para orientação dos projetos, o que tem resultado na confluência de diversas pessoas comprometidas com a efetividade de uma educação mais plural e libertadora.
As duas doutoras em Estado e Sociedade reúnem publicações importantes nas áreas do direito e das relações étnico-raciais, além de atuarem na coordenação de Dossiês, coletâneas, grupos de estudos de trabalho em eventos acadêmicos no país.
O simbolismo das duas teses defendidas em meio ao período pandêmico (a primeira em 10 de agosto e a segunda no dia 28 de outubro) é fundamental para um país marcado pela desigualdade racial e de gênero no que tange ao acesso à educação. A trajetória das discentes fortalece outras e outros acadêmicas (os) negras (os) na busca por oportunidades educacionais.
Danielle e Walkyria são docentes na área do Direito, a primeira na Faculdade Pitágoras – Unidade Eunápolis, e a segunda na Universidade Federal de Tocantins. Além de estarem atualmente na coordenação do Coletivo Dandaras, planejam a publicação de um E-book em 2022, que abordará o tema biopolítica negativa e política de vida para a população negra, dialogando com as escrevivências das autoras.
Texto: Coletivo Dandaras
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