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Covid-19: Comitê Emergencial divulga 44º boletim sobre situação da pandemia no Sul da Bahia

  • Escrito por Heleno Rocha Nazário
  • Publicado: Sexta, 25 de Fevereiro de 2022, 16h38
  • Última atualização em Quarta, 02 de Março de 2022, 16h18
  • Acessos: 1942

capa boletim CEC ufsbO Comitê Emergencial de Crise para Pandemia de Covid-19 da Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB) divulgou a 44ª edição do Boletim do Observatório da Epidemia do Novo Coronavírus no Sul da Bahia. Esta nova edição do documento deverá também subsidiar os Núcleos de Monitoramento dos casos de Covid-19 com indicadores epidemiológicos quanto à oportunidade de operar mudança entre as fases de controle em cada campus (Ilhéus-Itabuna, Porto Seguro-Eunápolis e Teixeira de Freitas) com base em parâmetros pré-definidos. O último período analisado está compreendido entre 21 de janeiro e 18 de fevereiro de 2022 e deverá subsidiar a decisão relativa à mudança de fase no retorno gradual das atividades administrativas presenciais.

 

Situação Regional


Visando subsidiar os Núcleos de Monitoramento na avaliação da epidemia em cada campus para fins de retomada gradual das Atividades Administrativas e Acadêmicas, priorizamos, neste número, a produção dos indicadores epidemiológicos para os municípios-sede dos campi da UFSB (Itabuna, Porto Seguro e Teixeira de Freitas), a saber: Taxa de Reprodução efetiva (Rt) do vírus, Incidência média diária de casos e óbitos, e sua variação nos últimos 28 dias, e Taxa de ocupação de leitos de UTI nas regiões de saúde; além de Cobertura vacinal (esquema completo). 

 

Risco de se infectar e morrer por covid-19 no município de Itabuna

O risco de se infectar pelo SarsCov-2 em Itabuna (18.024,7 casos/100.000 habitantes) ao longo do período pandêmico foi muito superior à média estadual (9.923,2 casos/100.000 habitantes) e nacional (13,259,7 casos/100.000 habitantes). Quanto ao risco de infecção nas duas últimas semanas (05/02 a 18/02), Itabuna (35,60 casos/100.000 habitantes/dia) apresentou valor inferior à média da Bahia (39,32 casos/100.000 habitantes/dia) e do Brasil (58,78 casos/100.000 habitantes/dia). Na comparação com as duas semanas anteriores (22/01 a 04/02), Itabuna registrou desaceleração da transmissão (-17,9 %). A Taxa de Reprodução efetiva do vírus foi estimada em 1,45 para Itabuna em 1º/02.

Quanto ao risco de morrer por covid-19 ao longo do período da pandemia, Itabuna apresentou coeficiente de mortalidade (347,2 óbitos/100.000 habitantes) superior à média nacional (303,8 óbitos/100.000 habitantes) e estadual (193,3 óbitos/100.000 habitantes). Quanto ao risco de morrer por covid-19 nas duas últimas semanas (05/02 a 18/02), Itabuna (0,23 óbitos/100.000 habitantes/dia) apresentou valor inferior à média da Bahia (0,34 óbitos/100.000 habitantes/dia) e do Brasil (0,41 óbitos/100.000 habitantes/dia). Na comparação com as duas semanas anteriores (22/01 a 04/02), apresentou variação positiva (+16,7%). Itabuna apresenta taxa de letalidade
(1,9%) semelhante à média estadual (1,9%) e inferior à média nacional (2,3%). 

 

Risco de se infectar e morrer por covid-19 no município de Porto Seguro

O risco de alguém se infectar pelo Coronavírus em Porto Seguro ao longo do período da pandemia foi estimado em 11.259,9 casos/100.000 habitantes, superior à média estadual (9.923,2 casos/100.000 habitantes), mas inferior à média nacional (13,259,7 casos/100.000 habitantes). Quanto ao risco de infecção nas duas últimas semanas (05/02 a 18/02), Porto Seguro (47,22 casos/100.000 habitantes/dia) apresentou risco superior à média da Bahia (39,32 casos/100.000 habitantes/dia), mas inferior à média do Brasil (58,78 casos/100.000 habitantes/dia). Na comparação das duas últimas semanas (22/01 a 04/02) com as duas semanas anteriores, Porto Seguro registrou desaceleração de -29,8% na ocorrência de casos. A Taxa de Reprodução efetiva do vírus foi estimada em, 1,09 em 1º/02/2022.

Quanto ao risco de morrer por covid-19 ao longo do período da pandemia, Porto Seguro (192,5 óbitos/100.000 habitantes) tem coeficiente de mortalidade semelhante à média da Bahia (193,3 óbitos/100.000 habitantes) e inferior à média do Brasil (303,8 óbitos/100.000 habitantes). Quanto ao risco de morrer por Covid-19 nas duas últimas semanas (05/02 a 18/02), Porto Seguro (0,28 óbitos/100.000 habitantes/dia) registrou coeficiente de mortalidade menor que a Bahia (0,34 óbitos/100.000 habitantes/dia) e o Brasil (0,41 óbitos/100.000 habitantes/dia). Na comparação das duas últimas semanas (05/02 a 18/02) com as duas semanas anteriores (22/01 a 04/02), Porto Seguro registrou desaceleração de -50,0% no número de óbitos. Porto Seguro apresenta Taxa de Letalidade (1.7%) inferior à média estadual (1,9%) e à média nacional (2,3%).


Risco de se infectar e morrer por covid-19 no município de Teixeira de Freitas

Quanto ao risco de alguém se infectar pelo Coronavírus ao longo da pandemia, Teixeira de Freitas (13.605,8 casos/100.000 habitantes) apresenta Taxa de Ataque superior à média estadual (9.923,2 casos/100.000 habitantes), mas semelhante à média nacional (13,259,7 casos/100.000 habitantes). Quanto ao risco de infecção nas duas últimas semanas (05/02 a 18/02), o coeficiente de incidência em Teixeira de Freitas (32,06 casos/100.000 habitantes/dia) foi inferior à média da Bahia (39,32 casos/100.000 habitantes/dia) e do Brasil (58,78 casos/100.000 habitantes/dia). Na comparação das duas últimas semanas (05/02 a 18/02) com as duas semanas anteriores (22/01 a 04/02), o município registrou estabilidade no número de casos (-3,8%). A Taxa de Reprodução efetiva do vírus foi estimada em 1,33 no dia 1º/02/2022.

Quanto ao risco de morrer por Covid-19 ao longo do período da pandemia, Teixeira de Feitas (221,0 óbitos/100.000 habitantes) apresenta coeficiente de mortalidade superior à média da Bahia (193,3 óbitos/100.000 habitantes), mas inferior à do Brasil (303,8 óbitos/100.000 habitantes). O risco de morrer por covid-19 nas duas últimas semanas (05/02 a 18/02) em Teixeira de Freitas (0,66 óbitos/100.000 habitantes/dia) foi superior ao da Bahia (0,34 óbitos/100.000 habitantes/dia) e do Brasil (0,41 óbitos/100.000 habitantes/dia). Na comparação das duas últimas semanas (05/02 a 18/02) com as duas semanas anteriores (22/01 a 04/02), o município registrou aumento de 87,5% na ocorrência de óbitos. Teixeira de Freitas apresenta Taxa de Letalidade (1,6%) inferior à média estadual (1,9%) e à média nacional (2,3%).


Taxa de Ocupação de leitos de UTI
Quanto à disponibilidade de leitos de UTI Covid-19 no SUS, a Sesab informou 410 casos ativos internados nos 649 leitos de UTI disponíveis no Estado (taxa de ocupação de 63,0%) em 18/02/2022, sendo de 73,0% na Região Sul, onde está a Região Imediata de Ilhéus-Itabuna, e de 56,0% no Extremo-Sul, onde estão as Regiões Imediatas de Eunápolis-Porto Seguro e Teixeira de Freitas (Figura 9). Destaque para a diferença observada nas taxas de ocupação nos leitos de UTI para adultos (62,0%) e pediátrico (84,0%).

 

Síntese dos achados

Apesar do avanço da vacinação no país (veja-se o Vacinômetro), a pandemia de Covid-19 ainda não acabou. A boa notícia é a desaceleração da incidência de casos no Brasil, com queda de -32,0% no registro (média de 124.466,14 casos/dia ou 58,78 casos/100.000 hab./dia), e na Bahia, com queda de apenas -9,9% no número de casos (média de 5871,07 casos/dia ou 39,32 casos/100.000 hab./dia), mas observe-se que ainda há aceleração importante número de óbitos, de 89,2% na Bahia (média de 51,50 óbitos/dia ou 0,34 óbitos/100.000 habitantes/dia) e de 43,5% no Brasil (média de 862,50 óbitos/dia ou 0,41 óbitos/100.000 habitantes/dia), quando se compara as duas últimas semanas (05/02 a 18/02) com as duas semanas anteriores (22/01 a 04/02). 


Entretanto, as médias escondem diferenças nas dinâmicas de cada região e município. Em nossa Região, merecem especial atenção das autoridades sanitárias as seguintes situações observadas: 

1) Quanto ao risco de infecção nas duas últimas semanas (05/02 a 18/02), Porto Seguro (47,22 casos/100.000 habitantes/dia) apresentou risco superior à Bahia (39,32 casos/100.000 habitantes/dia), embora inferior ao Brasil (58,78 casos/100.000 habitantes/dia).
2) Na comparação das duas últimas semanas (05/02 a 18/02) com as duas semanas anteriores (22/01 a 04/02), Teixeira de Freitas e Itabuna registraram variação positiva na ocorrência de óbitos: de +87,5% e de +16,7%, respectivamente.
3) O risco de morrer por covid-19 nas duas últimas semanas (05/02 a 18/02) em Teixeira de Freitas (0,66 óbitos/100.000 habitantes/dia) foi superior ao risco médio da Bahia (0,34 óbitos/100.000 habitantes/dia) e do Brasil (0,41 óbitos/100.000 habitantes/dia).
4) A taxa de ocupação de leitos de UTI estimada em 73,0% na Região Sul de Saúde, onde está a Região Imediata de Ilhéus-Itabuna, em 18/02/2022.

 

Recomendações

O alerta vindo da Europa, onde se observa uma “pandemia dos não vacinados”, aponta para a necessidade de campanhas de vacinação, a exigência de passaporte vacinal para atividades em ambientes fechados e/ou de grande concentração de pessoas, o uso de máscaras em locais fechados e locais abertos com aglomeração, preservação de distanciamento físico e higiene constantes das mãos.


Neste sentido,
RECOMENDA-SE:
AOS GOVERNOS: transparência na divulgação das informações relativas à epidemia e à capacidade do SUS de atendimento; conscientizar as pessoas sobre a  importância da higiene das mãos e das medidas de distanciamento social; incentivar o uso de máscaras; identificar os casos e fazer isolamentos localizados; calibrar a suspensão das medidas; que se mantenha a Taxa de Ocupação de UTI abaixo de 70%; e a intensificação da vacinação. 


AOS MÉDICOS: a Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) não indica tratamento farmacológico precoce para COVID-19 (nem cloroquina, nem hidroxicloroquina, nem ivermectina, nem azitromicina, nem nitazoxanida, nem corticoide, nem zinco, nem vitaminas, nem anticoagulante, nem ozônio por via retal, nem dióxido de cloro), apenas medicamentos sintomáticos, como analgésicos e antitérmicos (paracetamol e/ou dipirona);


A TODOS OS INDIVÍDUOS: uso de máscara; distanciamento físico de 1,5m ou 1,8m; higienização das mãos; não participar de aglomeração; manter ambientes  ventilados/arejados; paciente com sintomas “gripais” deve ficar em isolamento e colher PCR nasal; vacinar-se quando chegar sua vez, completando o esquema vacinal (duas doses ou dose única).

 

Dicas de Prevenção

Ética e Passaporte Vacinal
O Brasil apresenta, atualmente, uma redução considerável do número de infectados e de óbitos pela Covid-19 e isso se deve, sobretudo, ao avanço da vacinação em todo o território nacional. Apesar do afrouxamento das medidas de biossegurança e de distanciamento social por inúmeros municípios, o número de casos da doença seguiu em um ritmo decrescente até meados de dezembro de 2021, entretanto, após as comemorações do final do ano, o número de infectados subiu rapidamente. Diante da lentidão da cobertura vacinal em outros países e da recusa da vacinação por muitos indivíduos por desconfiança, medo ou ignorância, novas variantes surgem e, no momento, a Organização Mundial de Saúde alerta a respeito da Ômicron, variante que surgiu na África do Sul.

A nota técnica emitida pelo Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos afirmou que a implementação de medidas de restrição contra quem não se vacinou contra Covid-19 fere os direitos constitucionais, salientando que é favorável à vacinação, mas contrário às medidas que, segundo o Ministério, representam uma imposição que ataca as liberdades individuais.

Inúmeros países adotaram o “passaporte de imunidade” ou “comprovante vacinal”, como o Reino Unido, a Estônia, a Itália e o Chile. Esse “passaporte” pode ser implementado com a comprovação de um exame laboratorial de resposta imune ou com a comprovação da vacinação. Mas, utilizar como passaporte a comprovação de vacinação permite uniformizar e conhecer o padrão de imunidade, salientando a disponibilidade das vacinas contra a Covid-19 a toda a população. Outro ponto a favor da comprovação vacinal é a proteção coletiva, além da individual, minimizando a transmissão da infecção (BROWN et al, 2021).

O dilema ético dos indivíduos que são contra o comprovante vacinal paira no discurso da liberdade individual e da autonomia dos sujeitos acima do bem-estar da comunidade, desconsiderando que uma ética comunitária inclui todos os indivíduos e protege os que compõem os grupos com maior risco para as complicações da doença e para o óbito. A ética em saúde pública tolera restrições às liberdades individuais visando a proteção de todos os cidadãos. Mas, é sabido que há fragilidades nos passaportes de imunidade, citando-se fraudes, situação socioeconômica dos indivíduos e o acesso aos serviços de saúde, além do risco de discriminação (BAYLIS; KOFLER, 2021).

Espera-se que as autoridades sanitárias e governantes sigam as recomendações para o controle da infecção, orientando a população sobre as tecnologias já existentes no combate à pandemia e sobre o respeito ao senso de coletividade, sempre pautado na responsabilidade com a própria saúde e com a do outro.

 

Vacinômetro

O Vacinômetro tem o intuito de informar o quantitativo de pessoas vacinadas com a primeira e segunda dose das vacinas contra a Covid-19 nos municípios em que a UFSB está inserida. É produzido, quinzenalmente, pelo Setor de Promoção à Saúde Estudantil, da Coordenação de Qualidade de Vida (CQV), da Pró-Reitoria de Ações Afirmativas (PROAF), mediante dados disponibilizados no site da Secretaria de Saúde do Estado da Bahia.

Nesta edição, o vacinômetro traz um panorama da situação vacinal em municípios do Sul da Bahia, até o dia 24 de fevereiro de 2021.

vacinometro 24 02 2022

 

Documento Relacionado

44ª edição do Boletim do Observatório da Epidemia do Novo Coronavírus no Sul da Bahia (24/02/2022)

 

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