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Comitê Emergencial analisa o enfrentamento da pandemia de covid-19 em boletim

  • Publicado: Sexta, 26 de Fevereiro de 2021, 15h29
  • Última atualização em Sexta, 26 de Fevereiro de 2021, 15h34
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capa boletim cec 26022021Na edição número 33 do boletim do Observatório de Epidemia do novo coronavírus no Sul da Bahia, a equipe responsável pelo documento atualiza os dados da evolução do contágio e do enfrentamento realizado pelos municípios de sua área de abrangência. É a primeira edição de 2021, com dados referentes ao período entre 02 e 19 de fevereiro de 2021.

-->Análise do panorama semanal nos municípios do Sul e Extremo Sul:

Em 19/02/2021, dos 647.384 casos e 11.060 óbitos confirmados na Bahia, 64.618 casos ou 10,0% do total (Taxa de Ataque de 6.645,0 casos/100 mil hab.) e 1.182 óbitos ou 10,7% do total (CM de 121,6 óbitos/100 mil hab. e TL de 1,8%) eram de residentes em algum dos dez municípios onde a UFSB tem unidade acadêmica e/ou colégio universitário, o que corresponde a um incremento de 3.013 casos e de 38 óbitos em relação ao acumulado (61.545 casos e 1.144 óbitos) em 05/02.

O monitoramento da epidemia em nossa região sul e extremo sul da Bahia, onde a UFSB tem Unidade Acadêmica (UA) e/ou Colégio Universitário (CUNI), permite observar redução importante (de 39,3%) no número de casos novos, mas incremento de 11,8% na ocorrência de óbitos nas duas últimas semanas em relação às duas semanas anteriores. No mesmo período, à exceção de Ibicaraí, todos os outros municípios apresentaram variação negativa da incidência, se comparadas às duas semanas anteriores. Quanto à ocorrência de óbitos, apenas os municípios de Ilhéus, Eunápolis e Porto Seguro apresentaram variação positiva na comparação com as duas semanas anteriores.

Quanto ao risco de se infectar pelo Novo Coronavírus no território de abrangência da UFSB, apenas Nova Viçosa (2.715,8 casos/100 mil hab.) e Porto Seguro (2.715,8 casos/100 mil hab.) apresentam Taxa de Ataque (TA) inferior à média estadual (4.352,7 casos/100 mil hab.). Os demais municípios apresentam risco de infecção muito superior à taxa nacional (4.769,0 casos/100 mil hab.), com destaque para a Região Cacaueira – Itabuna (10.083,8 casos/100 mil hab.), Coaraci (7.609,0 casos/100 mil hab.), Ilhéus (7.406,0/100 mil hab.) e Ibicaraí (6.229,0 casos/100mil hab.) – e Teixeira de Freitas (6.667,8 casos/100 mil hab.).

Quanto ao risco de morrer por COVID-19, os quatro municípios da Região Cacaueira – Itabuna (184,8 óbitos/100 mil hab.), Coaraci (182,4/100 mil hab.), Ilhéus (170,6 óbitos/100 mil hab.) e Ibicaraí (166,0 óbitos/100 mil hab.) – apresentam coeficientes de mortalidade (CM) bem superiores à taxa nacional (115,8 óbitos/100 mil hab.), enquanto Teixeira de Freitas (93,5/100 mil hab.), Eunápolis (81,1/100 mil hab.) e Itamaraju (80,6/100 mil hab.) apresentam CM inferior à média nacional, mas superior à média estadual (74,4 óbitos/100 mil hab.). Nova Viçosa, Porto Seguro e Santa Cruz Cabrália apresentaram risco de morrer inferior à média estadual.

Quanto ao risco de morrer entre os casos de COVID, apenas Ibicaraí (2,7%) e Coaraci (2,4%) apresentam Taxa de Letalidade (TL) igual ou superior à do Brasil (2,4%), enquanto Ilhéus (2,3%), Nova Viçosa (2,1%), Porto Seguro (1,9%) e Itabuna (1,8%) apresentam TL superior à média da Bahia (1,7%), mas inferior à do Brasil em 19/02/2021. Os demais municípios apresentam taxa de letalidade inferior à média estadual.

Destaque para a baixa letalidade observada em Santa Cruz de Cabrália (1,1%). A Taxa de Letalidade (TL) pode variar em razão da capacidade de testagem (quanto mais exames, mais diagnósticos de casos leves e assintomáticos e menor TL), a demografia (quanto mais idosa a população, maior o risco de morte pela Covid-19) e condições de acesso à saúde da população (particularmente em relação aos casos críticos, que exigem manejo clínico em UTI e ventilação mecânica)

Veja mais detalhes e os gráficos no boletim

 

--> Recomendações para a região: 

Devemos nos preparar para o pior cenário pois a intensidade e duração da “segunda onda” dependerão da nossa capacidade de aplicar medidas de intervenção e controle adequadas de forma oportuna. Se os casos continuarem aumentando, haverá grande pressão sobre o Sistema Único de Saúde (SUS) em um momento em que leitos públicos e privados destinados à Covid vinham sendo desativados em todo o país.

Há uma semana diagnosticado com COVID-19, o secretário da Saúde do Estado da Bahia, Fábio Vilas-Boas, foi internado em um leito clínico do Hospital Aliança, na capital baiana, na noite de 19/02/2021. Assistido pelo pneumologista Sérgio Jezler e pelo infectologista Roberto Badaró, tem evoluído bem, com resposta satisfatória ao uso de corticoide venoso, mas teve uma piora do quadro clínico no dia 22/02 à noite, tendo sido transferido para leito de UTI. Sem previsão de alta até o fechamento desta edição, segue dependente de oxigênio por cateter nasal.

Desde essa data, 19/02/2021, a Polícia Militar da Bahia está atuando para garantir o cumprimento dos decretos do governador do Estado, Rui Costa, que determinaram “toque de recolher” em 343 cidades baianas, com o objetivo de eliminar as aglomerações noturnas. A determinação, que visa provocar uma redução da taxa de crescimento da Covid-19 no estado, seguirá em vigor até o dia 27 de fevereiro. A orientação é primeiramente alertar e conduzir para delegacia somente aquelas pessoas que insistirem em permanecer em aglomeração.

Além disso, recomenda-se:


AOS GOVERNOS: transparência na divulgação das informações relativas à epidemia e à capacidade do SUS de atendimento à população; conscientizar as pessoas sobre a importância da higiene das mãos e benefícios das medidas de distanciamento social (de evitar aglomerações); incentivar o uso de máscaras; preparar o SUS para a “segunda onda” e estruturar redes de testagem; identificar precocemente os casos e fazer isolamentos localizados; implementar boas medidas de distanciamento, evitando lockdowns extensos (pelo impacto econômico e psicológico); calibrar cuidadosamente a suspensão dessas medidas; que se mantenha a Taxa de Ocupação de Leitos abaixo de 70% para que se possa flexibilizar as
medidas de isolamento social; e a intensificação da “vacinação para todos”.


AOS MÉDICOS: a Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) não indica tratamento farmacológico precoce para COVID-19 (nem cloroquina, nem hidroxicloroquina, nem ivermectina, nem azitromicina, nem nitazoxanida, nem corticoide, nem zinco, nem vitaminas, nem anticoagulante, nem ozônio por via retal, nem dióxido de cloro), apenas medicamentos sintomáticos, como analgésicos e antitérmicos (paracetamol e/ou dipirona);


A TODOS OS INDIVÍDUOS: as seis “regras de ouro” da prevenção da COVID-19: a) uso de máscara; b) distanciamento físico de 1,5m ou 1,8m; c) higienização das mãos; d) não participar de aglomeração; e) manter ambientes ventilados/arejados; f) paciente com sintomas de “resfriado” ou “gripe” deve ficar imediatamente em isolamento respiratório, fazer teleconsulta e colher PCR nasal para o novo coronavírus (SARS-CoV-2). 

 

--> Orientações para prevenção: 

A equipe do Observatório divulga resultados de pesquisa feita pelo Centro de Controle de Doenças (CDC), dos Estados Unidos, sobre medidas para aumentar a eficácia das máscaras. O CDC realizou testes para avaliar como a eficácia do uso das máscaras poderia ser ampliada. Experimentaram, então, duas situações: colocar uma máscara cirúrgica embaixo de uma máscara de tecido e fazer um nó nas alças laterais de uma máscara cirúrgica para melhorar o ajuste no rosto.

Ambos experimentos revelaram diminuição nos índices de exposição ao vírus. Utilizar máscara cirúrgica sob máscara de tecido, por exemplo, revelou um bloqueio de 92,5% das partículas eliminadas em uma tosse. Sozinhas ou sem os nós na lateral, o bloqueio foi de pouco mais de 40% para ambas as máscaras. Considerando o aumento no quantitativo e propagação das variantes do vírus da COVID-19 nos últimos dias, autoridades em saúde têm orientado o uso simultâneo de máscaras de tecido e cirúrgicas como estratégia para ampliar a proteção. 

Contudo, apesar desses resultados, é importante salientar que a capacidade de filtragem das máscaras padrão – N95 e PFF2 – ainda é diferenciada. Estas máscaras bloqueiam 94% a 95% das partículas, incluindo as mais difíceis de serem filtradas. Outra observação importante é que o CDC não recomenda o uso simultâneo de duas máscaras cirúrgicas, pois, como não são produzidas para ficarem bem ajustadas ao rosto, o uso de duas máscaras não resolverá esse problema. Fazer os nós nas laterais seria estratégia mais adequada, já que, com a máscara bem ajustada ao rosto, não entra e nem sai ar sem ser filtrado. O estudo do CDC finaliza apontando que, para retardar a propagação da COVID-19 o uso de máscaras deverá, sempre, ser combinado com as demais medidas de prevenção já conhecidas: higienizar as mãos com água e sabão e/ ou álcool em gel 70% e manter distanciamento físico.

Documento relacionado

Boletim nº 33 do Observatório da Epidemia do Novo Coronavírus no Sul da Bahia (26/02/2021)

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