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Reitores e reitoras tratam sobre retomada de atividades presenciais

  • Escrito por Malu Carvalho
  • Publicado: Sexta, 27 de Agosto de 2021, 16h04
  • Última atualização em Sexta, 27 de Agosto de 2021, 16h04
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Durante toda a manhã dessa quinta-feira (26), os reitores e reitoras das universidades federais brasileiras trataram sobre o panorama da pandemia e a retomada de atividades presenciais. A temática integrou a pauta da reunião mensal do Conselho Pleno da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes).

Para iniciar o debate, a presidente da Comissão de Desenvolvimento Acadêmico, Educação à Distância e Avaliação da Andifes, reitora Joana Angélica (UFSB), apresentou o Relatório de Atividades das Instituições Federais de Ensino Superior no ano letivo de 2020. “Este relatório tem como objetivo apresentar as ações desenvolvidas ao longo do ano letivo de 2020, considerando que a maioria das universidades estão ainda finalizando seus calendários acadêmicos de 2020 já em 2021. Passado mais de um ano da suspensão das atividades presenciais, todas as nossas instituições estão desenvolvendo suas atividades de forma remota, sem que tenha deixado de cumprir, em nenhum momento, a missão no desenvolvimento do ensino, da pesquisa e da extensão”, detalhou.

 

joana

 

De acordo com a reitora, o relatório contém uma análise subsidiada por dados e informações levantadas pelos colégios e fóruns assessores da Andifes sobre como se deu a realização das atividades nas universidades federais desde o início da pandemia, além de questões e desafios para que as universidades federais possam avaliar possibilidade de retorno presencial das atividades. “Não temos a pretensão de esgotar a discussão e destaco que universidades não se furtaram à sua participação no enfrentamento à pandemia. A ação das universidades foi imediata”, afirmou.

Especialista em epidemiologia, a reitora Lúcia Campos Pellanda (UFCSPA) apresentou uma atualização do panorama da pandemia. “O Brasil está numa queda de casos bem interessante, mas, em relação ao resto do mundo, somos um dos países que ainda tem alto volume de casos. Pelos dados levantados, é possível ver que o pior momento foi em março e abril desse ano, mas, ainda assim, continuamos com alto índice de transmissão em várias regiões do país. O índice de óbitos, considerando todas as causas de morte, também está elevadíssimo nesse ano e um dado que chama atenção é que esse número é composto em sua maior parte por pessoas na faixa etária entre 30 e 59 anos”, destacou.

A reitora chama atenção para possíveis mudanças nos números que revelam a queda de casos e óbitos devido às mutações sofridas pelo novo Coronavírus. “Desde abril já tínhamos novas variantes e agora temos a Delta, que é muito mais transmissível do que o vírus original. Em países com baixo índice de vacinação, como a Indonésia, que imunizou apenas 6% da população, a chegada da variante Delta provocou o crescimento exponencial de casos de Covid-19 e de óbitos. Já no caso da Espanha, que tem cerca de 59% da população vacinada, com a variante, houve uma explosão de casos, mas não houve explosão de óbitos. O mesmo ocorreu na Inglaterra”, explicou.

Uma notícia positiva, segundo a reitora, é que a vacinação entre brasileiros segue crescendo. “60% da população brasileira já recebeu, pelo menos, a primeira dose da vacina. E cerca de 30% já estão com o esquema vacinal completo”, contou.

Sobre a retomada de atividades presenciais, as reitoras Joana e Lúcia afirmam que é necessário considerar a possibilidade da pandemia ainda se estender por alguns meses e vislumbrar cenários que priorizem a segurança da comunidade acadêmica e dos brasileiros. “Temos grandes desafios, como as questões orçamentárias e a garantia de cumprimento dos protocolos de biossegurança”, listaram.
Os coordenadores dos colégios e fóruns assessores da Andifes também compartilharam a percepção dos colegiados sobre o momento e apresentaram dados que contribuíram com a pauta.

De acordo com a coordenadora do Colégio de Pró-reitores de Graduação das IFES (COGRAD), professora Socorro Lima, 83% das universidades estão com atividades híbridas, em que parte ocorre remotamente e parte nos espaços físicos das instituições, e cerca de 16% estão com atividades exclusivamente remotas, mas em fase de estabelecimento de protocolos para retorno gradual.

O coordenador do Colégio de Pró-reitores de Pesquisa, Pós-graduação e Inovação das IFES (COPROPI), Charles Morphy, lembrou que os espaços fechados são uma das dificuldades para o retorno presencial total, citando salas de aulas e laboratórios para exemplificar questões como a proximidade entre servidores, técnicos e estudantes.

Olgamir Amancia, coordenadora do Colégio de Pró-reitores de Extensão das IFES (COEX), destacou que, embora os dados mostrem um declínio nos casos de Covid-19, o cenário ainda está permeado de incertezas, e que, assim como há muitas pessoas que desejam retomar as atividades tais quais eram antes, também há um grupo que deseja permanecer mantendo os relacionamentos sociais e acadêmicos na esfera remota.

Representando o Fórum de Pró-Reitores de Planejamento e Administração (FORPLAD), a professora Tânia Mara elencou pontos que, na avaliação do fórum, devem ser considerados prioritariamente em caso de retorno presencial de atividades nas universidades federais, entre os quais destaca a ampliação de despesas para a aquisição de insumos e para a adaptação da infraestrutura de laboratórios, salas de aulas e dos restaurantes universitários, por exemplo, para atender os protocolos de biossegurança.

A coordenadora do Fórum Nacional de Pró-reitores de Assuntos Comunitários e Estudantis (FONAPRACE), Maísa Miralva, citou desafios que já estão sendo enfrentados desde o ensino híbrido, como os problemas de conectividade dos estudantes, sobretudo daqueles de baixa renda ou que estão em localidades onde a disponibilidade de internet não atende à demanda acadêmica. Em relação ao retorno presencial, a professora lembrou as dificuldades orçamentárias pelas quais as universidades federais vêm passando e manifestou preocupação em relação à efetividade das políticas de assistência estudantil, como garantia de alimentação e moradia para os estudantes em situação de vulnerabilidade social.

Acesse o Relatório de Atividades das Instituições Federais de Ensino Superior no ano letivo de 2020 na íntegra.

 

Texto: Andifes 

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