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Nota oficial da Andifes: a importância do Enem e do direito à Educação

  • Escrito por Heleno Rocha Nazário
  • Publicado: Sexta, 15 de Maio de 2020, 17h04
  • Última atualização em Sexta, 15 de Maio de 2020, 17h13
  • Acessos: 1895
A Universidade Federal do Sul da Bahia endossa o posicionamento da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) de propor a suspensão das datas do Exame Nacional de Ensino Médio (ENEM) 2020. Compreendemos que a manutenção do calendário prejudicaria milhões de jovens que, face ao notório avanço da pandemia da Covid-19, teriam seu desempenho no exame afetado. 
Como instituição pública e lugar de diversidade, a UFSB está atenta à sua responsabilidade na garantia do acesso e permanência no ensino superior de sujeitos excluídos, com vistas a contribuir para a superação de distorções históricas referentes à segregação de classes e do racismo estrutural na sociedade brasileira. Temos consciência que a pandemia afeta de modo desigual classes e regiões, com diferentes consequências. Como explicita a nota intitulada “A importância do ENEM e do direito à educação”, da qual a UFSB é signatária, as instituições devem empenhar-se em garantir a efetiva inclusão social, e isso significa também assegurar a manutenção de condições razoáveis de isonomia de concorrência aos candidatos.

A nota oficial publicada no site da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) segue reproduzida a seguir.

 


 

A Andifes e o conjunto de universidades federais, em sintonia com organismos brasileiros e internacionais de saúde, acompanham com preocupação a pandemia causa pelo novo Coronavírus. Desde as primeiras informações veiculadas, tomamos as providências recomendadas pelas autoridades sanitárias, respaldadas inclusive por nossa comunidade científica.  Assim, cuidamos, por um lado, de proteger a comunidade universitária, nossos estudantes e nossos trabalhadores; por outro lado, colocamos todos os recursos, equipamentos, pesquisadores e instalações a serviço do enfrentamento da COVID19 e suas graves consequências. Assim, são centenas as iniciativas em execução, de norte a sul do país, que mostram bem a importância das universidades públicas, como lugar de conhecimento e solidariedade.

Além de trabalharmos em redes científicas, buscamos ademais, de forma responsável, interlocução e coordenação com os governos federal, estadual e municipal para ações implementadas, especialmente com as secretarias de saúde e de educação. Também dialogamos com o poder legislativo e o judiciário. Importa destacar que a mídia muito nos apoiou na transparência e na circulação de informações fidedignas e pertinentes, sendo o fundamento de nossas ações salvar vidas, minimizar os inevitáveis danos na economia, sem descuidar da manutenção da democracia e dos direitos do cidadão.

Entre os direitos fundamentais, está o da educação de todos, principalmente das crianças, adolescentes e jovens. Nesse sentido, a comunidade científica e a experiência internacional já identificaram o caráter dinâmico de propagação da pandemia e a necessidade de afastamento social, bem como a maior fragilidade das parcelas populacionais mais idosas e desassistidas, diante da doença. As corretas medidas de afastamento decididas emergencialmente, naturalmente trazem transtornos e perdas para as pessoas.

Na educação não é diferente. Nossas crianças e jovens, apesar dos esforços dos gestores e famílias, estão sem atividades presenciais. Essa circunstância afeta de maneira muito desigual classes sociais e regiões, evidenciando um déficit que jamais pode ser ignorado por instituições que tanto se empenham por efetiva inclusão social. Educação também é solidariedade. Dessa forma, o ENEM, instrumento fundamental de acesso ao ensino superior para milhões de jovens, e de complexa operacionalidade, precisa ter adequada execução, situações sanitárias viáveis e também meios que garantam condições razoáveis de isonomia de concorrência aos candidatos. E, hoje, para além de dificuldades históricas, a comunidade científica afirma que essas condições mínimas não se apresentam.

Assim, a Andifes reafirmando ser fundamental a realização de um ENEM tecnicamente exitoso e com concorrência democrática, propõe a suspensão das datas do exame e que, com apoio da área da saúde, seja aberto um diálogo entre educadores, gestores e instituições, de modo que, em condições razoáveis de segurança sanitária e equidade, seja possível definir um novo calendário.

Brasília, 11 de maio de 2020

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