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Projeto Papo de Índio, idealizado por estudante da UFSB, vence edital nacional

  • Publicado: Sexta, 14 de Fevereiro de 2020, 14h26
  • Última atualização em Sexta, 14 de Fevereiro de 2020, 14h32
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20200214 114316O projeto Papo de Índio: gênero, diversidade e sexualidade indígena em foco, criado por Jefferson Niotxarú Pataxó, estudante da Licenciatura Interdisciplinar em Matemática, Computação e suas Tecnologias no Campus Sosígenes Costa da UFSB, e contando com apoio do Instituto Mãe Terra, foi contemplado no Edital Itaú LGBT+ Orgulho 2020.

O canal Papo de Índio se destina, segundo seu criador, a “criar perspectivas aos jovens que têm uma sexualidade que não se enquadra no padrão da sociedade, que ainda carrega as marcas da colonização, e que as vezes não sentem segurança em falar do tema ou buscar apoio”.

No total, foram 565 projetos inscritos de todos os Estados do Brasil, além do Distrito Federal. Após dois meses de análise, 15 projetos das mais diversas áreas de atuação e de excelente qualidade e relevância para o público LGBT+ foram selecionados. No domingo, 09 de fevereiro, um representante de cada projeto foi a São Paulo para fazer a defesa de sua proposta. Nos dois dias de encontro, cada projeto foi avaliado por uma banca composta por representantes da Mais Diversidade, Itaú Unibanco e Sociedade Civil. Além disso, foram realizadas oficinas de qualificação com os temas: empreendedorismo e gestão de projetos de impacto social.

Na tarde do último dia 11, foi divulgado o resultado final da seleção, onde 8 projetos foram contemplados pelo edital da Mais Diversidade, em parceria com Itaú Unibanco. O Projeto Papo de Índio: gênero, diversidade e sexualidade indígena em foco, é um desses. Segundo os Jefferson, o projeto se propõe a ampliar o debate sobre gênero e sexualidade, respeitando a diversidade étnica dos povos indígenas e sua organização social nos territórios indígenas Pataxó, Pataxo hã hã hãe e Tupinambá.

“Para o Instituto Mãe Terra, poder contribuir com o debate sobre gênero, diversidade e sexualidade junto aos povos e comunidades tradicionais é uma oportunidade ímpar de diálogo entre diferentes, e de poder construir mundos possíveis de inclusão, respeito e alteridade.” pontua o Diretor Executivo do Instituto Mãe Terra, Altemar Felberg.

O projeto trata de temas sensíveis e que ainda são tabus em algumas comunidades. Jefferson Niotxarú Pataxó ressalta ainda que nenhuma atividade acontecerá sem que haja o prévio contato com lideranças das aldeias envolvidas e que em nenhum momento as temáticas serão tratadas de forma generalizada, já que cada comunidade tem suas próprias especificidades.

De acordo com Jefferson, a execução do projeto se dará através da confecção de um canal no youtube; com a realização de três encontros para debater a questão de gênero e sexualidade uma em cada região ( pataxó, pataxó hãhãhã e tupinambá); com um encontro de jovens dos três povos ( e outros povos que quiserem participar) e com a produção de textos acadêmicos a partir das experiências vividas.

O projeto deve ter início em março com duração de 12 meses.

 


Por: Canal Papo de Índio e Instituto Mãe Terra

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