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Comunidade acadêmica do CSC tem oportunidade de atendimento integrado em saúde mental

  • Publicado: Quinta, 19 de Julho de 2018, 15h42
  • Última atualização em Quinta, 19 de Julho de 2018, 15h42
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A condição psicológica de estudantes universitários(as) tem sido tema de debates e propostas de ações de universidades e outras instituições ligadas à educação. 

Pesquisa do Fórum de Pró-reitores de Assuntos Comunitários e Estudantis (FONAPRACE) sobre o perfil socioeconômico e cultural dos estudantes de graduação das instituições federais brasileiras de ensino superior divulgada em 2014 revelou que, de um universo de 939.604 estudantes, 31,14% (292.576) mencionaram a carga excessiva de trabalhos como fator que interfere na vida de discentes ou no contexto acadêmico de modo geral. 21,85% (205.275) citaram dificuldades na adaptação.

No mesmo relatório, 79,8% (794.804) informaram ter passado por problemas emocionais nos doze meses anteriores. Dentre elas, a mais citada é a ansiedade (58,36%). Em segundo lugar está desânimo, falta de vontade de desenvolver atividades (44,72%). Do total de estudantes pesquisados(as), 30,45% (286.151) disseram já ter procurado atendimento psicológico em algum momento.

De acordo com levantamento realizado em 2016 pela Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) e amplamente divulgado por diversos veículos, “três em cada dez estudantes de universidades federais brasileiras já se submeteram a atendimento psicológico pelo menos uma vez na vida.” Mais de 10% revelaram ter feito uso de algum medicamento psiquiátrico.

Muitas vezes, os problemas não iniciam com o ingresso na universidade, mas em fases anteriores da vida escolar. O Relatório Bem-Estar dos estudantes, apresentado no terceiro volume dos dados do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa) 2015, divulgado no segundo semestre de 2017, expôs que oito em cada dez estudantes brasileiros(as) referiram sentir ansiedade antes de realizar uma prova. 56% dos(as) entrevistados(as) afirmaram sentir tensão ao estudar. Esses dados colocaram o Brasil no segundo lugar no ranking do Programa de Avaliação Internacional de Estudantes da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), que abrange 180 países. O país ficou atrás apenas da Costa Rica.

 

A afiliação na UFSB

A fim de minimizar os efeitos dos choques que a entrada na vida universitária provoca em algumas pessoas e também garantir a efetividade da “pedagogia da afiliação” proposta por Alain Coulon, um dos autores que fundamentam o Plano Orientador da UFSB, e, consequentemente, diminuir as taxas de evasão nos primeiros períodos, a UFSB adotou um modelo diferenciado em relação à maioria das outras IFES.

A Pró-Reitoria de Sustentabilidade e Integração Social (PROSIS) disponibiliza duas formas de acolhimento aos(às) discentes: uma voltada à manutenção financeira, de caráter mais social, e outra que visa à saúde mental dos(as) universitários(as). Para isso, dois(duas) profissionais de saúde ligados(as) à Coordenação de Campus atuam em cada unidade, um(a) de Psicologia, outro (a) de Enfermagem.

 “Tendo em vista que a grande maioria dos atendimentos, tanto da Psicologia quanto da Enfermagem do Campus Sosígenes Costa, em Porto Seguro, se relacionam a questões de ansiedade, e a partir da verificação de quadros de sofrimento psicológico mais agudo, muitas vezes o(a) estudante era encaminhado(a) ao serviço público de saúde mental que, na sua grande maioria, entrava com medicação psicotrópica para controle da ansiedade”, avaliou a docente Isabel Belasco, que coordena um Grupo de Estudos em Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PICS).

 

Harmonização para o autoconhecimento

 Especialista em Medicina Tradicional Chinesa, a professora Isabel pensou em aliar o serviço já oferecido pela universidade ao Grupo de Estudos, com o objetivo de “potencializar as ações de atenção à saúde mental dos(as) estudantes, ampliando a escuta e aliando o atendimento psicológico ao de Práticas Integrativas e Complementares em Saúde(PICS).”

Ela conta que a parceria teve início no primeiro quadrimestre deste ano, a partir da implantação do Laboratório de Práticas Integrativas e Complementares em Saúde, com atendimentos uma vez na semana, inicialmente abarcando os encaminhamentos da psicóloga, Valéria Vieira, e da enfermeira, Renata Passinho, ambas do CSC. “Porém, posteriormente, houve um crescimento substancial dos atendimentos no sentido inverso, ou seja, muitos(as) estudantes procuravam o atendimento em PICS e eram encaminhados(as) tanto à psicóloga quanto à enfermeira.”

São atendidos(as) estudantes, técnicos(as)-administrativos(as) e docentes com técnicas de auriculoterapia, acupuntura e reiki três vezes por semana, “e os resultados têm sido substanciais, com relatos de melhora e minimização de encaminhamentos para a utilização de medicamentos”, informou a professora Isabel.

De fevereiro até meados de julho, foram feitos 183 atendimentos. A maioria são queixas de ansiedade; em segundo lugar, problemas na coluna.

De acordo com o sítio do Ministério da Saúde (MS), “a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC), publicada em 2006, instituiu no SUS abordagens de cuidado integral à população por meio de outras práticas que envolvem recursos terapêuticos diversos.” Hoje, o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece 29 procedimentos.

Ainda conforme o MS, “evidências científicas têm mostrado os benefícios do tratamento integrado entre medicina convencional e práticas integrativas e complementares.”

Para a professora Isabel Belasco, “além de ser um atendimento de baixo custo, amplia a escuta. Às vezes, esse tipo de ansiedade, tensão, são minimizadas com a possibilidade da pessoa se conhecer, ter um encontro com ela mesma. A Medicina Tradicional Chinesa tem grande eficiência nesse tipo de quadro porque trabalha com a harmonização, com o equilíbrio. Se a pessoa consegue encontrar esse equilíbrio, ela consegue melhorar.”

 

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