Ir direto para menu de acessibilidade.
Início do conteúdo da página

16 dias de Ativismo Pelo fim da Violência contra a Mulher

Publicado: Quarta, 28 de Novembro de 2018, 08h16 | Última atualização em Quarta, 28 de Novembro de 2018, 08h16 | Acessos: 26785

Desde o dia 25 de novembro, cerca de 150 países aderiram à campanha “16 dias de ativismo pelo Fim da Violência contra a Mulher”. A data escolhida é uma homenagem às irmãs Pátria, Minerva e Maria Teresa, conhecidas como “Las Mariposas”. Elas foram assassinadas em 1960, na República Dominicana, por fazerem oposição ao governo do ditador Rafael Trujillo. A campanha se finda no dia 10 de dezembro, dia Internacional dos Direitos Humanos, fazendo uma vinculação entre a luta pela não violência contra as mulheres e a defesa dos direitos humanos.

O intuito da campanha é promover o debate e denunciar as várias formas de violência contra as mulheres no mundo. O tema da campanha, em 2018, é Pinte o Mundo de Laranja: #MeEscuteTambém. O objetivo é alertar sobre a necessidades de ouvir e acreditar nas vítimas sobreviventes e, principalmente, colocar fim à cultura do silêncio que impede a ruptura do ciclo de atos violentos e abusivos.

No Brasil, pela importância do dia 20 de novembro, Dia da Consciência Negra, a campanha ganhou mais cinco dias, sendo conhecida por 16+5 Dias de Ativismo. A especificidade da data se torna ainda mais importante a partir de dados que demonstram que, nos últimos dez anos, os números de assassinatos caíram entre as mulheres brancas e aumentaram entre as negras, evidenciando a disparidade entre casos de mulheres de raças distintas.

O balanço da Central de Atendimento à Mulher mostra que, no primeiro semestre de 2018, foram registrados 38.364 tipos de violência por meio do Ligue 180. Destes, 43,3% foram motivados pela violência física. Mas, ainda há outros tipos de violência, como a moral, a psicológica, a patrimonial, a sexual e o cárcere privado. O número de ocorrências de violência doméstica pode ser ainda maior do que é divulgado, visto que existe um certo receio por parte de algumas mulheres em denunciar as agressões.

Ize Duque, chefe do Setor Cultural e Eventos da Diretoria de Políticas e Promoção da Diversidade da UFSB, reitera a urgência na campanha. Ela explica que, apesar de os movimentos de mulheres manterem um calendário de lutas acerca da pauta de combate à violência durante o ano, os dados continuam alarmantes: “13 mulheres assassinadas por dia, mais de um terço delas, mortas pelos companheiros. É inadmissível. Um estupro a cada duas horas, sendo uma grande parte das vítimas, meninas ainda na infância, nos faz ter dimensão da barbárie que o machismo promove todos os dias no Brasil. Não dá mais para concentrar esse debate apenas no dia 08 de marco. É imperativo esgotar todas as possibilidades de combate as culturas do estupro, da violência, do controle dos corpos femininos”.


A UFSB realizará uma mesa redonda parar marcar a campanha no dia 06 de dezembro, no campus Jorge Amado. Mais informações serão disponibilizadas em breve.


Veja também:

Professora da UFSB comenta a instituição do Dia Estadual de Enfrentamento à Violência contra a mulher 

Fórum trata sobre Feminicídio no sul da Bahia

Fim do conteúdo da página