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Seminário Andifes avaliou ensino remoto emergencial nas IFES

  • Publicado: Sexta, 04 de Dezembro de 2020, 17h32
  • Última atualização em Sexta, 04 de Dezembro de 2020, 17h32
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Seminário Andifes 03dezCom o tema "Avaliação e Perspectivas das atividades de Ensino, Pesquisa e Extensão", o Seminário Andifes avaliou os desafios enfrentados pela Instituições Federais de Ensino Superior (IFES) em 2020, com enfoque ensino remoto emergencial (ERE). O evento aconteceu na última quinta-feira (03) pela manhã, online, e também debateu as possibilidades de um cenário pós-pandemia para o ensino superior no país.  
A abertura foi realizada pelo presidente da Andifes, reitor Edwald Madureira Brasil (UFG), e pela reitora da UFSB, Joana Angélica Guimarães da Luz. A professora Joana, além de vice-presidente da Andifes também é presidente da Comissão de Desenvolvimento Acadêmico, Educação a Distância e Avaliação, e na oportunidade destacou a importância de se ter um panorama de como as IFES se adaptaram à pandemia e quais os aprendizados e os desafios que resultaram desse processo. 
Os representantes dos Colegiados de Graduação (Cograd), Extensão (Coex) e Pós-Graduação (Copropi) apresentaram os resultados preliminares de um mapeamento das atividades realizadas nas IFES durante a pandemia. O estudo ainda está sendo realizado e será divulgado posteriormente pela Andifes. 
O professor Laerte Ferreira, pró-reitor de Pós-Graduação da UFG, apresentou os resultados referentes ao ensino remoto na pós-graduação. A pesquisa mostrou que a maioria das IFES (98%) estão realizando ERE durante a pandemia, tendo sido verificado, em média, 80% de matrículas no período. Foi apontado grau de efetividade das componentes ofertadas nesse modelo em torno de 95%. Em se tratando das dificuldades mais recorrentes, os estudantes elencaram as condições familiares e a precariedade no acesso à de internet; os docentes, por sua vez, relataram como problemas a sobrecarga de trabalho e a falta de capacitação para o ERE. "O ensino remoto na pós-graduação tem se dado de forma bastante satisfatória. No pós-pandemia devemos considerar o ensino híbrido como uma possibilidade estratégica  para a pós-graduação, em sinergia com o ensino presencial. Lógico que existem alguns entraves e muitos desafios, mas a pandemia mostrou que esse modelo apresenta algumas potencialidades", comentou o professor. 
As atividades de extensão também foram realizadas durante a pandemia, embora com alcance menor. Segundo o levantamento feito pelo Coex, o nível de satisfação com as atividades desenvolvidas foi satisfatório, embora tenha sido verificado arrefecimento em relação ao envolvimento do público-alvo (comunidade em geral) - especialmente devido à falta de familiaridade com as tecnologias de interação remota. Segundo a Coordenadora do Coex, professora Olgamir Amancia Ferreira, "conseguimos realizar muito, apesar das condições que se apresentaram. Um dos desafios que está posto é como desenvolver o potencial transformador da extensão  com as contingências apresentadas no período", afirmou a professora, que também é Decana de Extensão da UnB.
O ensino remoto para a graduação aconteceu em meio a muitas incertezas em relação ao modelo, tendo, contudo, adesão quase total de cursos, docentes e estudantes nas IFES. A Coordenadora do Cograd, professora Isabel Marian Hartmann de Quadros, expôs os principais desafios, aprendizados e lições permanentes do ERE. Segundo a professora, que também é Pró-Reitora de Graduação da UNIFESP, as IFES enfrentaram desafios de diferentes ordens, como dificuldades na regulação e implementação do ERE, maior vulnerabilidade dos estudantes, sobrecarga de trabalho dos docentes, adoecimento da comunidade acadêmica, atraso do edital de apoio à inclusão digital por parte do Ministério da Educação (MEC) e preocupações com o aumento de componentes não ofertadas no perído (especialmente as práticas).
 
Como aprendizados, a professora Isabel destacou a ressignificação do ensino e a discussão sobre a flexibilização das atividades de ensino e dos processos de avaliação. Dentre as diversas ações que devem permanecer a docente destacou a possibilidade de incorporar tecnologias de ensino ao modo presencial; formação permanente docente e redes de apoio; investimento em recursos e formação para inclusão digital, como forma de permanência estudantil; priorização de avaliação formativa e processual no ensino e potencial de maior mobilidade de estudantes entre as IFES nas modalidade remota. "As IFES conseguiram se mobilizar para atender às demandas de inclusão digital com vistas a suprir as necessidades dos estudantes antes do MEC. Os chips do Programa Alunos Conectados começaram a ser distribuídos em outubro, as IFES conseguiram implementar ações antes disso", destacou a educadora.    
Cenários epidemiológicos para 2021
No segundo momento do Seminário os participantes debateram os possíveis cenários epidemiológicos para o próximo ano, com as palestras do professor Pedro Curi Hallal, reitor da UFPel, e da professora Cristiana Toscano, coordenadora do Instituto de Avaliação de Tecnologias em Saúde (UFG). 
Segundo o professor Pedro Hallal, que também é coordenador da pesquisa Epicovid-19 - primeiro estudo brasileiro que investiga o número de infectado pelo novo coronavírus, o país não está passando por uma "segunda onda" de Covid-19, mas enfrenta o recrudescimento dos índices de contágio. Para um possível retorno às atividades presenciais no próximo ano, ressalta que é necessário que as curvas de contágio estejam estáveis, com a pandemia controlada e as IFES tiverem implantado seus protocolos de biossegurança. Como aprendizado da pandemia reconheceu a importância da divulgação científica feita pela universidade, especialmente de forma rápida, em linguagem simples e voltada para a sociedade em geral. "A universidade, a ciência e o SUS estão paulatinamente perdendo financiamento público, mas são os três pilares que mais atuaram em favor da população durante o período da pandemia", salientou o professor.
A professora Cristiana Toscano, membro do comitê SAGE de experts em vacinas da Organização Mundial da Saúde (OMS), apresentou o estágio atual do desenvolvimento das vacinas contra a Covid-19. De acordo com a professora, o Programa Nacional de Imunização já está trabalhando num plano, mas os desafios são muitos, sendo o acesso às doses e a operacionalização da campanha os pontos mais delicados. Atualmente, o país integra três frentes para o desenvolvimento da vacina: a parceria que envolve a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), a Universidade de Oxford (Inglaterra) e o Laboratório AstraZeneca; convênio com o Instituto Butantan e um laboratório chinês (CoronaVac) e o acordo multilateral Covax Facility, da OMS. Segundo a pesquisadora, se todas as etapas de desenvolvimento seguirem o cronograma, a previsão é que a vacina seja aprovada pela ANVISA no final de fevereiro, com disponibilidade de vacinação a partir de março, com os grupos sendo vacinados conforme o plano de vacinação que está sendo elaborado pelo governo. destacou a pesquisadora. 
Portaria 1.030/2020 MEC
No momento em que os índices de contágio por Covid-19 voltam a alcançar índices alarmantes em todo o país, o MEC publicou, na última quarta-feira (02), a Portaria 1.030, que determina o retorno do ensino presencial nas IFES a partir do dia 04 de janeiro de 2021. O documento foi recebido com surpresa pelas universidades e institutos federais, tendo em vista que foi publicao à revelia da IFES. 
Após repercussão negativa, o ministro da Educação, Milton Ribeiro, decidiu ouvir as entidades representativas do ensino superior. Foi agendada reunião para esta sexta-feira (04) com representantes das IES: Andifes, Conif (Conselho Nacionas das Instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica), Crub (Conselho de Reitores das Universidades Brasileiras) e o Fórum das Entidades do Ensino Superior Particular. 
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