Trilha de Integração (modelo de incubação da ITESBA)
A ITESBA existe para que servidores e estudantes da universidade possam interagir com pessoas que buscam construir, juntas, com outras pessoas de suas comunidades, melhores condições de vida para todos os envolvidos. Portanto, o nosso trabalho vai além de um processo convencional e hierarquizado de incubação de empreendimentos, que objetiva apenas alavancar um negócio e aumentar a renda das pessoas. A renda é importante, mas a ITESBA defende que o trabalho deve promover a prosperidade e a riqueza em um sentido mais amplo e integral, a partir de princípios e valores, tais como: respeito e valorização das diferenças entre as pessoas; igualdade de direitos entre homens e mulheres, entre as diferentes gerações; defesa das culturas e das identidades; relação harmoniosa com a natureza; gestão democrática e participativa, comércio justo e; autonomia e solidariedade entre os trabalhadores que também são os donos de seus meios de produção. Assim, a relação entre a Universidade e os Empreendimentos da Economia Solidária (EES) deve ser marcada por estes mesmos valores, propagando o Bem Viver como forma de vida.
Amparada por esses princípios e valores, a ITESBA busca promover o diálogo e a integração entre os saberes e conhecimentos populares e os técnico-científicos, para construir, coletivamente e de forma participativa, soluções que possam contribuir para a superação de desafios enfrentados pelos EES, julgados prioritários pelos/as membros/as dos EES.
Neste sentido, o processo de “incubação” da ITESBA, se afastando da lógica convencional de assistência técnica, é melhor representado como uma “Trilha de Integração” entre universidade e EES: uma caminhada em que professores, técnicos e estudantes da UFSB, vinculados à ITESBA, andam de mãos dadas com pessoas dos EES e comunidades atendidas, ensinando e aprendendo, trocando saberes e práticas de solidariedade, reciprocidade e sustentabilidade, na perspectiva da construção do Bem Viver. A trilha de integração é um dispositivo pedagógico emancipador que enriquece todos os participantes.
As fases da Trilha de Integração são: a) Aproximação; b) Interação e c) Integração.
Aproximação
Na primeira fase desta trilha, chamada de “aproximação”, membras/os de grupos, coletivos, associações ou cooperativas, após um contato informal com representantes da ITESBA, são orientados/as a manifestarem, formalmente, seu interesse em obter o apoio da ITESBA, por meio do preenchimento de um formulário online. Esta manifestação de interesse é analisada pela equipe da ITESBA, que, então, organiza uma reunião virtual ou presencial com a comunidade demandante. Esta reunião tem como objetivo averiguar se, de fato, a iniciativa possui características de um empreendimento da economia solidária. Em caso negativo, a demandante é orientada a procurar outro tipo de apoio, em setores diversos da própria universidade ou junto a outras organizações, como, por exemplo, o SEBRAE. Em caso positivo, ou seja, quando a equipe da ITESBA, em conversa com o demandante, consegue identificar que a iniciativa se caracteriza como EES ou possui potencial para ser tornar um EES, procura-se entender a complexidade e abrangência da demanda. Caso, a demanda seja muito específica ou pontual, procura-se meios de atendê-la, imediatamente, através da articulação com servidores e estudantes da UFSB ou parceiros da universidade. Caso a demanda seja mais complexa, inicia-se a fase de interação.
Interação
Nesta fase, são realizados dois diagnósticos: a) o Diagnóstico Comunitário Participativo, que visa compreender a comunidade à qual o EES pertence, a partir da sua localização; história; seus ativos ambientais, sociais e culturais; dificuldades e potencialidades. Para a realização deste diagnóstico, aplicam-se ferramentas convencionais de Diagnóstico Rápido Participativo (DRP) , amplamente conhecidas e testadas, como a Caminhada Transversal, a Linha do Tempo, Diagrama de Venn, Calendário Sazonal e outras e b) o Diagnóstico Participativo do EES, que visa compreender a situação do EES, nos seus aspectos legais, administrativos e de organização social. Quando se trata de um EES já constituído, formalizado ou não, utiliza-se a Régua de Maturidade, para avaliar, com representantes do próprio EES, o nível de maturidade da organização. Os resultados dos diagnósticos são discutidos com os membros do EES e, caso haja interesse, podem ser transformados em conteúdo para as redes sociais do EES e da ITESBA.
Integração
Os diagnósticos realizados em interação com os EES permitem definir as ações prioritárias necessárias para desenvolver o EES na perspectiva do Bem Viver e são norteadores para a elaboração de projetos de extensão que possam promover a integração entre a universidade e as comunidades. Os projetos devem contribuir, de um lado, para a estruturação e fortalecimento dos EES, e, de outro, oferecer oportunidades de qualificação do percurso acadêmico de estudantes, docentes e técnicos da universidade. Elaborados por docentes ou técnicos da UFSB e com duração variável, os projetos são vinculados ao Programa de Extensão da ITESBA e podem ser submetidos a editais internos ou externos para a obtenção de recursos que viabilizam a sua execução.
Como posso participar?
Link para o formulário de manifestação de interesse



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