Os caranguejos

Em vários lugares do mundo, caranguejos apresentam grande importância cultural e socioeconômica, sustentando populações tradicionais extrativistas de baixa renda.

No Brasil, a coleta de caranguejos é uma das atividades mais tradicionais e registros arqueológicos indicam que há pelo menos 7000 anos atrás povos primitivos já coletavam caranguejos-uçá e guaiamuns para alimentação.

Atualmente, milhares de ribeirinhos sobrevivem da coleta destes caranguejos do manguezal, que já fazem parte da cultura local, sendo recorrentes em literatura, gastronomia, festas e músicas populares.

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O caranguejo-uçá, Ucides cordatus, é uma espécie que vive em tocas na lama e se alimenta basicamente de folhas de mangues e é, portanto, uma espécie-chave para o funcionamento do ecossistema manguezal.

Já o guaiamum, Cardisoma guanhumi, cava suas tocas em áreas de restinga, um dos ambientes mais ameaçados pela ocupação humana, de modo que esta espécie chegou a ser incluída na última lista de espécies ameaçadas de extinção.

Além da intensa exploração, existem sérios problemas de gestão destes recursos pesqueiros, entre os quais se destaca a dificuldade em estabelecer defesos adequados durante as chamadas “andadas”.