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As andadas

Publicado: Terça, 09 de Outubro de 2018, 14h30 | Última atualização em Terça, 16 de Fevereiro de 2021, 13h29 | Acessos: 2222

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A andada, também conhecida por andança, carnaval ou suatá, é um fenômeno no qual os caranguejos saem de suas tocas, ficam agitados e realizam movimentos em massa para acasalamento. As andadas ocorrem poucos dias após a lua nova, ou após a lua cheia, ou, raramente, após ambas as fases, durante 3 a 4 meses entre novembro e abril de cada ano. 

Andada de caranguejo-uçá com dois machos brigando
(Foto: Anders Schmidt)

Nestes períodos reprodutivos os caranguejos ficam extremamente vulneráveis à captura, não só por extrativistas profissionais, mas por todos cidadãos, o que pode comprometer a sustentabilidade da atividade pesqueira.

Caranguejos capturados no Pará
(Foto: Karen Diele)

No caso do caranguejo-uçá, é sabido que as andadas ocorrem sempre em torno dos 6 dias após a lua nova ou cheia. Porém, em certos anos elas ocorrem somente após a lua cheia, em outros ocorrem apenas após a lua nova e ainda existem anos em que as andadas ocorrem após ambas as fases lunares.

Por não compreender a origem desta variação, e pela necessidade de divulgar as portarias de defeso com antecedência, o órgão gestor sempre proíbe a captura de caranguejo-uçá após a lua cheia e nova. Assim, quando não ocorre andada durante um defeso, sucede uma repressão injustificada aos extrativistas e consequentes conflitos destes com os gestores, além de desperdício de recursos públicos com operações de fiscalização desnecessárias.

Desembarque de caranguejo-uçá capturado por população tradicional de Bragança, Pará
(Foto: Karen Diele)

No caso do guaiamum, o problema é ainda maior, pois, devido ao total desconhecimento dos seus ritmos reprodutivos, as operações de fiscalização são incipientes.

Comércio informal de guaiamum em Caravelas, BA
(Foto: Anders Schmidt)

Esta problemática aponta a necessidade de se conhecer melhor os ritmos de reprodução destas duas espécies de caranguejo para permitir previsões acuradas da ocorrência de suas andadas que orientem a gestão. A REMAR está trabalhando nessa linha e está desenvolvendo uma ferramenta para previsões de andadas baseadas em ciclos geofísicos, envolvendo a Terra, a Lua e o Sol.

Dra. Karen Diele chama atenção para a importância do conhecimento sobre ciclos lunares para a gestão pesqueira em evento na Escócia
(Foto: Karen Diele)

 

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